O treinador português Rúben Amorim utilizou a pausa das competições internacionais para refletir sobre seu primeiro ano à frente do Manchester United. Em entrevista concedida à imprensa australiana e publicada nesta quarta-feira, o técnico fez um balanço detalhado de sua jornada no clube inglês desde sua chegada em novembro do ano passado.
O peso da história e a adaptação
Amorim revelou que sentiu imediatamente a dimensão da responsabilidade ao assumir o cargo quando entrou no vestiário reservado ao treinador e viu as fotos de todos os técnicos que passaram pelo clube ao longo da história. Segundo o português, essa experiência reforçou a grandiosidade do desafio que estava assumindo.
Ao recordar sua chegada ao Old Trafford após sair do Sporting, Amorim descreveu o período inicial como de muito aprendizado. O técnico, que vinha de uma sequência de conquistas em Portugal, precisou lidar com novos contextos, críticas e resultados irregulares - processo que considera essencial para sua evolução profissional.
Evolução e momento atual
O Manchester United vive atualmente uma fase mais sólida comparada aos primeiros meses de trabalho do português, quando a equipe chegou a frequentar a parte inferior da tabela da Premier League. Amorim atribui esse crescimento recente ao aumento de confiança do grupo, alimentado por vitórias importantes como a obtida sobre o Liverpool, ainda que com algum fator de sorte envolvido.
O treinador avalia que a equipe teve uma boa pré-temporada e começou bem o campeonato diante do Arsenal, mas enfrentou os altos e baixos naturais de um processo de reconstrução. A evolução não o surpreende, embora ainda veja o time distante do nível ideal, especialmente devido à oscilação na intensidade de jogo - elemento que considera fundamental para competir na Premier League.
Análise tática e reconhecimento
Amorim foi enfático ao afirmar que o sistema tático não foi o principal problema nos momentos mais difíceis, e sim a falta de agressividade e regularidade. Ele reiterou que a formação continua sendo um pilar importante do projeto, mas ressaltou que desempenho e competitividade dependem de um conjunto mais amplo de fatores.
Sobre os elogios recentes de Sir Jim Ratcliffe, acionista do clube, Amorim disse que o reconhecimento é positivo, principalmente para transmitir confiança aos torcedores sobre o rumo do projeto. No entanto, destacou que o apoio não altera sua forma de trabalhar e que nunca esteve preocupado com a possibilidade de perder o emprego, mantendo o foco nas decisões que considera melhores para o time.
O técnico também explicou que utiliza as datas Fifa para analisar as equipes do clube, acompanhar o desenvolvimento dos jovens e observar o trabalho de outros treinadores, destacando que se sente privilegiado por ocupar o cargo no Manchester United.
