Mia Couto reflete sobre masculinidade e gerações: 'Ser homem era uma obrigação constante'
Mia Couto: 'Ser homem era uma obrigação constante'

O renomado escritor moçambicano Mia Couto participou de um evento cultural no Rio de Janeiro, onde abordou temas profundos sobre identidade, gênero e as pressões sociais enfrentadas pelos homens ao longo das décadas. Com sua prosa poética e reflexiva, Couto cativou a plateia ao compartilhar suas percepções sobre como a masculinidade foi construída e imposta em diferentes gerações.

As mudanças na percepção da masculinidade

Durante sua fala, Mia Couto destacou que, em gerações passadas, ser homem era visto como uma obrigação ininterrupta, carregada de expectativas rígidas e comportamentos pré-determinados. "Havia um script a ser seguido, e qualquer desvio era punido socialmente", afirmou o autor.

O peso das expectativas

O escritor refletiu sobre como esses padrões afetaram não apenas os homens, mas toda a sociedade, criando relações desiguais e perpetuando estereótipos prejudiciais. "A liberdade de ser quem realmente somos foi negada a muitos, em nome de uma masculinidade tóxica", disse Couto.

O papel das novas gerações

Para o moçambicano, as gerações mais jovens têm a oportunidade de reescrever essa narrativa, questionando normas ultrapassadas e construindo formas mais saudáveis de expressão de gênero. "Os jovens estão mostrando que é possível ser homem de muitas maneiras, sem seguir um modelo único", celebrou.

Literatura como instrumento de transformação

Mia Couto também enfatizou o poder da literatura em desconstruir paradigmas e abrir espaço para diálogos mais profundos sobre identidade. Suas obras, conhecidas por explorar a complexidade humana, servem como exemplo dessa capacidade transformadora da arte.

O evento no Rio reforçou a importância de discutir masculinidade em um mundo em constante mudança, com Mia Couto oferecendo insights valiosos a partir de sua experiência como escritor e observador atento das dinâmicas sociais.