
Em 30 de março de 1981, o mundo parou quando um atentado contra o então presidente dos Estados Unidos, Ronald Reagan, chocou a nação. Mas poucos sabem que esse momento histórico também marcou uma virada na carreira de um dos mais renomados fotógrafos brasileiros: Sebastião Salgado.
Naquele dia, Salgado, que na época trabalhava para a agência Sygma, estava no local certo, na hora certa. Sua câmera capturou o exato instante em que John Hinckley Jr. disparou contra Reagan, criando uma imagem que rodou o mundo e mudou para sempre a vida do fotógrafo.
O clique que mudou tudo
A fotografia em preto e branco, característica do estilo de Salgado, mostra o caos e o desespero do momento. Os seguranças tentando proteger o presidente, a multidão em pânico e o próprio Reagan sendo levado às pressas para o hospital.
Essa imagem não apenas rendeu a Salgado reconhecimento internacional, como também marcou o início de sua ascensão como um dos maiores nomes da fotografia documental do século XX.
De economista a fotógrafo mundialmente famoso
Antes de se tornar fotógrafo, Salgado tinha uma carreira promissora como economista. Mas foi após pegar pela primeira vez uma câmera emprestada da esposa, Lélia Wanick, que descobriu sua verdadeira paixão.
O atentado a Reagan foi um divisor de águas. "Naquele momento, entendi o poder da fotografia para contar histórias e documentar a realidade", revelou Salgado em entrevistas posteriores.
O legado de Salgado
Após o episódio, Salgado se dedicou a projetos ambiciosos que o consagraram como mestre da fotografia humanista. Suas séries como "Trabalhadores" e "Êxodos" mostram a condição humana em sua forma mais crua e poética.
Hoje, aos 80 anos, Sebastião Salgado continua ativo, não apenas com sua arte, mas também com o Instituto Terra, projeto ambiental que fundou com sua esposa para reflorestar áreas degradadas em Minas Gerais.
E tudo começou com um clique histórico em Washington, que provou ao mundo - e ao próprio Salgado - o poder transformador da fotografia.