Espetáculo teatral gratuito no Amapá mergulha na riqueza indígena — confira datas e locais!
Teatro gratuito sobre cultura indígena percorre o Amapá

Imagine sentir o pulsar da floresta, os rituais ancestrais e as histórias que atravessam gerações — tudo isso sem pagar um real. Pois é exatamente essa experiência que um grupo de artistas está levando para praças e centros culturais do Amapá, num espetáculo que mistura drama, dança e um tanto de magia.

A partir do próximo fim de semana, "Terra sem Dono" — sim, o nome já diz muito — desembarca em Macapá, Santana e Laranjal do Jari com uma narrativa que, entre um passo de marabaixo e cenas que beiram o surreal, questiona: o que realmente sabemos sobre quem habitava essas terras antes dos mapas?

Onde e quando?

  • Macapá: 20/07, às 18h, no Complexo do Araxá (sim, aquele com vista pro rio). Leve uma toalha pra sentar na grama.
  • Santana: 27/07, 16h, no Parque do Forte. Chegue cedo — dizem que a cena final vale o suor amazônico.
  • Laranjal do Jari: 03/08, 19h, na Praça Central. Atenção: depois da apresentação, os atores ficam batendo papo com o público.

O diretor, João Aranduba (que, diga-se, tem sangue Waiãpi), me contou por telefone que a peça nasceu de um incômodo: "A gente cansa de ver indígena retratado como figura de museu ou problema social. Quisemos mostrar a potência, os dilemas atuais, aquela piada interna que só quem vive entende". E olha, pelo ensaio que vi (sim, fui bisbilhotar), eles acertaram na dose de ironia e poesia.

Ah! Pra quem tá pensando "mas teatro indígena deve ser chato", se enganou redondamente. Tem cena de amor, briga de família, até um rap improvisado sobre desmatamento — coisa que, convenhamos, deveria ter mais nos palcos brasileiros.

Detalhes que fazem diferença:

  1. Toda a trilha sonora foi gravada com instrumentos tradicionais (inclusive uma flauta feita na hora pelos atores)
  2. O figurino? 70% reaproveitado de doações — sustentabilidade na veia
  3. Crianças adoram. Só avisando que tem cena barulhenta com tambores

Se você, como eu, sempre quis entender por que certos rituais resistem cinco séculos, essa é sua chance. E o melhor: sem aquela chatice de palestra didática. Aqui, a lição vem entre gargalhadas e uns silêncios que doem — no bom sentido.