A pacata cidade de Moju, no interior do Pará, virou palco de uma cena digna de filme de ação — só que, infelizmente, tudo era real. Na tarde desta terça-feira (29), um grupo de moradores, com sangue nos olhos, tentou invadir o Hospital Municipal para fazer justiça com as próprias mãos. O alvo? Um jovem suspeito de participar de um assalto na região.
Segundo testemunhas, o clima estava pesado desde o início da manhã. "Era como se todo mundo tivesse engolido um balde de raiva", contou um comerciante que preferiu não se identificar. O suspeito, que já estava sob custódia policial, foi levado ao hospital para tratamento após sofrer ferimentos durante a prisão — e foi aí que o bicho pegou.
O momento de tensão
Por volta das 15h, cerca de 30 pessoas chegaram ao local gritando palavras de ordem. Algumas carregavam pedaços de madeira e pedras. "Queriam fazer um espetáculo de horror", desabafou uma enfermeira que viveu o susto. A situação só não fugiu do controle porque a Polícia Militar agiu rápido, reforçando o cerco e dispersando a multidão.
Curiosamente, nem todos no grupo pareciam saber exatamente o que estava acontecendo. "Ouvi dizer que era um ladrão de celulares, mas também falaram que ele tinha machucado uma criança", relatou um adolescente que acompanhava a cena de longe — o típico efeito telefone sem fio que só piora situações já explosivas.
E agora, José?
O caso reacendeu o debate sobre segurança pública na região. Enquanto alguns defendem que a ação da polícia evitou uma tragédia, outros murmuram sobre a "impunidade que leva o povo às últimas consequências". O suspeito, cuja identidade não foi revelada, segue internado sob escolta — e a cidade, dividida entre o medo e a revolta.
Psicólogos alertam: esses episódios deixam marcas profundas. "Quando a população perde a fé nas instituições, cada caso vira uma bomba-relógio", explica a Dra. Ana Lúcia Mendes, especialista em comportamento social. Enquanto isso, nas ruas de Moju, o assunto não sai da boca do povo — e o clima continua tenso.
