Era uma manhã como qualquer outra no movimentado bairro de Pernambués, em Salvador — até que a rotina foi quebrada por um ato de violência que rapidamente se transformou em um exemplo impressionante de solidariedade coletiva. Por volta das 8h desta terça-feira (27), o que começou como um assalto comum terminou com o suposto criminoso sendo subjugado não pela polícia, mas por cidadãos comuns que decidiram que já estava na hora de dizer chega.
Testemunhas contam que a vítima, uma mulher que aguardava o transporte público, foi surpreendida por um indivíduo que, sem qualquer piedade, anunciou o assalto e exigiu seus pertences. O desespero tomou conta do local — mas durou pouco. O que o meliante não esperava era que sua fuga seria interceptada por um grupo de populares que, com uma coragem digna de filmes, não pensaram duas vezes antes de agir.
E agiram rápido. Num piscar de olhos, cercaram o suspeito, que tentou em vão escapar do cerco humano que se formava ao seu redor. Não deu tempo nem para reagir. Foi imobilizado no chão, sem chance de contra-ataque, até que a Polícia Militar chegou ao local para completar o trabalho. A cena — diga-se de passagem — foi tão intensa que vários celulares registraram tudo, e as imagens não deixam dúvidas: a população está, sim, disposta a fazer sua parte.
Não foi só sorte — foi ação
De acordo com informações repassadas pela PM, o homem, ainda não identificado oficialmente, foi levado para a delegacia e deve responder por roubo. A vítima, abalada mas fisicamente ilesa, recuperou seus objetos e recebeu o apoio necessário — tanto das autoridades quanto das pessoas que testemunharam aquele momento de tensão.
Esse tipo de situação, é claro, levanta discussões. De um lado, o alívio por ver que a justiça — ainda que instantânea — foi feita. De outro, a preocupação com a escalada da violência e os riscos que uma intervenção direta pode trazer. Mas no calor do momento, o instinto falou mais alto. E desta vez, o final foi diferente.
Casos como esse mostram uma Salvador que é, ao mesmo tempo, frágil e forte. Vulnerável à criminalidade, mas cheia de gente que não foge à luta. E que, mesmo assustada, não se cala.
