
Não é de hoje que o povo tá de olho nessa situação, mas o que aconteceu na Avenida Frei Serafim, no coração de Teresina, foi o estopim. Na tarde de segunda-feira, 26, a cidade parou — mas não por causa do trânsito. Dessa vez, foi a revolta que estancou o fluxo.
Uma senhora de 72 anos — ainda se recuperando do susto — foi atropelada por uma moto. Na hora do almoço, imagina só. Ela cruzava a faixa, tranquilamente, quando o motociclista simplesmente não parou. O vídeo, que correu solto nas redes, é de cortar o coração.
„Aqui virou terra sem lei“, gritava um morador
E não é exagero. Quem circula pela Frei Serafim sabe: o perigo é constante. Motos cortando pelos corredores, excesso de velocidade, falta de fiscalização… era questão de tempo até algo grave acontecer. E aconteceu.
O protesto, espontâneo e cheio de gente comum — mães, idosos, trabalhadores —, bloqueou a avenida por bons minutos. Cartazes caseiros com frases como „RESPEITEM O PEDESTRE“ e „QUEREMOS SEGURANÇA“ diziam tudo o que as autoridades parecem ignorar.
Reivindicações que deveriam ser óbvias
- Redutores de velocidade — e não só aqueles que parecem enfeite;
- Sinalização clara para pedestres, principalmente perto de hospitais e escolas;
- Fiscalização permanente, não só quando acontece uma tragédia.
Um senhor, dono de um comércio local, resumiu a angústia de muitos: „Todo dia é uma roleta-russa. Ou você chega inteiro em casa, ou não chega.“
E não é dramático não. Dados do próprio Detran-PI mostram que os acidentes com motos subiram quase 30% no último ano só nessa região. Trinta por cento! É número de guerra, não de trânsito.
E as autoridades?
Até agora, silêncio. Nenhum pronunciamento oficial, nenhum compromisso público. Enquanto isso, a população se vira como pode — e quando cansa, ocupa a rua. Como aconteceu essa tarde.
O caso da idosa, felizmente, não foi fatal. Mas serviu de alerta. Ou melhor, de grito. Um gato que o povo de Teresina não está mais disposto a calar.
Será que vão continuar ignorando?