
Era pra ser mais um dia comum no trabalho, sabe? Aquele vai e vem de sempre pelas ruas de João Pessoa. Mas o que começou como uma rotina qualquer se transformou num pesadelo de verdade — e olha que nem deu tempo de perceber quando a coisa degringolou.
Tudo aconteceu na tarde de segunda-feira, 14 de outubro, num ônibus que circulava pelo bairro do Cristo Redentor. O motorista — um homem de 42 anos que prefere não ter o nome divulgado — viu um passageiro tentando a velha artimanha de pular a catraca. Nada que ele já não tivesse visto mil vezes antes, né?
Mas essa vez foi diferente. Bem diferente.
Do aviso educado à facada inesperada
O profissional fez o que qualquer um faria no lugar dele: orientou o homem a pagar a passagem direitinho. Era só isso. Um pedido básico de cumprir uma regra que existe pra todo mundo. Quem diria que uma coisa tão simples poderia desencadear tanta violência?
O sujeito, no entanto, não gostou nem um pouco da chamada atenção. E a reação foi das mais brutais. Em vez de simplesmente pagar a passagem ou sair do ônibus, ele partiu pra agressão física — e das graves. Puxou uma faca e desferiu golpes contra o motorista, atingindo-o no braço e nas costas.
Imagina a cena: você tá lá, trabalhando, cumprindo seu dever, e de repente vira alvo de uma tentativa de homicídio por causa de uma catraca. É de deixar qualquer um sem reação.
Correria e socorro
O que se seguiu foi puro caos. Passageiros em pânico, gente gritando, o agressor fugindo do local — aquele cenário de filme de terror que ninguém espera viver numa tarde comum.
O motorista ferido foi socorrido às pressas e levado para o Hospital de Emergência e Trauma de João Pessoa. Felizmente, os ferimentos não eram tão graves quanto poderiam ter sido. Os médicos conseguiram estabilizar seu estado, mas o trauma psicológico? Esse vai ficar por muito, muito tempo.
E pensar que tudo isso aconteceu por causa de uma simples passagem de ônibus. Uma mixaria perto do susto que todo mundo levou.
A pergunta que não quer calar
A Polícia Militar foi acionada na hora, mas o autor do crime conseguiu escapar. Até agora, continua foragido — o que deixa todo mundo com aquela pulga atrás da orelha. Quando será que ele vai ser preso? E será que vai acontecer de novo?
O caso reacendeu um debate antigo na cidade: a segurança dos profissionais do transporte público. Esses trabalhadores que ficam expostos a todo tipo de situação, dia após dia, sem muita proteção. Até que ponto vale arriscar a vida por um salário?
É complicado, né? De um lado, os motoristas tentando fazer seu trabalho direito. Do outro, passageiros que não respeitam as regras mais básicas — e alguns dispostos a tudo, até a cometer crimes violentos, para não pagar os R$ 4,50 da passagem.
A verdade é que casos como esse mostram como a violência urbana tá banalizada. Virou quase normal alguém reagir com faca a uma advertência corriqueira. E o pior: a sensação de impunidade só piora tudo.
Enquanto o agressor não for encontrado, os motoristas de João Pessoa seguem trabalhando com aquele frio na barriga — sem saber quando o próximo "pula-catraca" pode estar armado e disposto a tudo.