Imagine só: uma terça-feira aparentemente normal, sol a pino no céu de Manaus, e de repente — o pesadelo. Foi por volta das 14h30 dessa terça-feira (27) que o cotidiano de uma mãe e suas três crianças se transformou numa cena de filme de terror. No bairro Cidade Nova, Zona Norte da capital, a violência urbana mostrou sua cara mais cruel e indiscriminada.
Segundo relatos ainda frescos — e que beiram o inacreditável —, dois homens armados simplesmente abordaram a família. Sim, em plena luz do dia, sem a menor cerimônia. A vítima, cuja identidade preservamos por óbvias razões de segurança, caminhava tranquilamente pela Rua 10 quando foi surpreendida.
“Me dá tudo!”. A ordem veio acompanhada do temível metal de uma arma de fogo. O desespero, é claro, foi instantâneo. As crianças, todas pequenas, entraram em pânico. Choros. Gritos. E a mãe, tentando manter um mínimo de calma para proteger os filhos, entregou o que tinha: um celular e uma quantia em dinheiro.
O sentimento de insegurança que corrói a cidade
O que mais choca nesse caso — além da absoluta falta de humanidade dos criminosos — é o timing. Meio da tarde! Horário em que a cidade deveria estar pulsando vida, não medo. Moradores da região, que preferiram não se identificar, já estão acostumados a relatos de violência, mas confessam: “isso aqui tá ficando insustentável”.
Um senhor, dono de um pequeno comércio próximo, soltou o verbo: “A gente trabalha, se mata de trabalhar, e a bandidagem age na maior cara de pau. E as autoridades? Cadê?”. A pergunta, diga-se de passagem, ecoa por muitos cantos de Manaus ultimamente.
E as crianças?
O trauma, é claro, não se mede em objetos roubados. Como ficam os pequenos após um susto desses? Psicólogos são unânimes em alertar que episódios de violência extrema, principalmente testemunhados na primeira infância, podem deixar marcas profundas. A vítima e as crianças passam bem, fisicamente. Mas e emocionalmente? Só o tempo — e muito apoio — dirá.
A Polícia Civil do Amazonas confirmou que investiga o caso. Buscas pelos assaltantes estão em andamento, mas até o momento, nenhuma prisão foi efetuada. A sensação que fica é a de que, enquanto isso, a população segue refém de uma realidade cada vez mais assustadora.
