
Era pra ser mais um dia comum — desses que a gente nem imagina que vai terminar no caos. Mas a vida, sabe como é, prega peças terríveis. Na Zona Sul de São Paulo, um jovem — até agora não identificado — virou vítima do que há de mais cruel na violência urbana: a bala perdida.
Segundo testemunhas, tudo começou por volta das 15h desta terça-feira (27), perto do Jardim Ângela. Tiros ecoaram sem aviso, e o pânico se espalhou feito rastro de pólvora. O rapaz, que nem sequer estava envolvido em confusão alguma, foi atingido no braço. A sorte — se é que podemos chamar assim — é que o ferimento não era fatal.
Mas a pergunta que fica, e que ninguém responde, é: até quando?
O Samu apareceu rápido, deve-se reconhecer. Socorreram o jovem com certa agilidade e o levaram pra um hospital da região. Ele segue internado, estável, mas com aquele susto que não sai do corpo — e nem da alma.
E a polícia, hein?
A PM chegou a fazer buscas na área, mas — surpresa? — ninguém foi preso. Nada de armas apreendidas. Só o silêncio pesado depois da tormenta e mais um caso pra engrossar as estatísticas.
Ah, as estatísticas. Essas números frios que não contam o medo, o suor frio, o grito abafado. Não falam do pai que espera notícia, da mãe que treme só de pensar que podia ser o filho dela.
É assim todo santo dia nas periferias de São Paulo. E a gente se acostuma? Não. Nunca.
Enquanto isso, a cidade segue — barulhenta, impaciente, ferida. E alguém, em algum lugar, ainda tem uma arma na mão. E amanhã? Bom, amanhã a gente torce pra não ser a nossa vez.