
Era para ser um recomeço. Mal tinha respirado o ar da liberdade depois de cumprir pena, e já estava de volta ao mesmo lugar que provavelmente o colocou atrás das grades. Só que dessa vez, o fim foi diferente — e definitivo.
Na noite de quinta-feira (15), um homem de 32 anos — cuja identidade não foi divulgada — foi executado a tiros no bairro Jardim Belvedere, em Divinópolis. Ironia do destino? O local era o mesmo onde, apenas 24 horas antes, ele e a esposa teriam sido flagrados entregando drogas.
Um dia de liberdade, uma vida de erros
Segundo fontes da delegacia, o homem havia deixado o sistema penitenciário na quarta-feira (14). Nem deu tempo de se adaptar. Já no dia seguinte, voltou às antigas atividades — e pagou o preço mais alto possível.
Testemunhas contam que ouviram pelo menos cinco disparos por volta das 22h. Quando a polícia chegou, encontraram o corpo caído próximo a um ponto de ônibus. Nada de armas por perto. Nada de suspeitos. Só o silêncio pesado de quem sabe que aquela cena se repetirá.
Esposa pode ter sido testemunha chave
A mulher do morto, que acompanhava o marido na suposta entrega de drogas no dia anterior, não foi localizada. Será que viu tudo? Está ameaçada? Ou pior — será que também está em perigo?
Os investigadores estão em busca dela para esclarecer os fatos. Afinal, nesse mundo paralelo, lealdade é artigo raro — e sobrevivência, um jogo de sorte.
O ciclo que não se quebra
O caso escancara uma realidade dura: sair da prisão não significa sair do crime. Muitos ex-detentos, sem oportunidades, voltam para o único "trabalho" que conhecem. E aí, quando a conta chega...
— É triste, mas quase previsível — comenta um agente penitenciário que prefere não se identificar. — Sem rede de apoio, sem emprego, muitos acham que não têm escolha.
Enquanto isso, em Divinópolis, mais uma família chora. Mais um nome vira estatística. E mais um dia amanhece com a mesma pergunta: quando esse ciclo vai acabar?