
O que deveria ser um momento de fé e devoção transformou-se em cena de puro caos neste sábado (12) durante a tradicional procissão do Círio de Nazaré. Uma discussão que começou boba - dessas que a gente até ignora no dia a dia - rapidamente escalou para uma briga generalizada entre romeiros na Rua Serzedelo, no coração de Belém.
E não foi qualquer confusãozinha, não. A coisa ficou feia mesmo. Tão feia que os voluntários da Cruz Vermelha, que estavam ali justamente para prestar os primeiros socorros, viram seu trabalho ser completamente sabotado pelo tumulto. Imagina a cena: pessoas precisando de ajuda médica e os socorristas impossibilitados de chegar até elas porque o caminho estava tomado por brigas.
O momento em que a fé deu lugar ao caos
Testemunhas contam que tudo começou com uma discussão besta entre dois grupos de fiéis - aquela velha história de um empurrou sem querer, o outro não gostou, e a coisa foi esquentando. Só que num ambiente superlotado como o Círio, qualquer faísca vira incêndio. Em poucos minutos, o que era uma pequena discussão virou uma confusão generalizada que paralisou toda aquela área.
"Eu nunca vi coisa igual nos meus 30 anos acompanhando o Círio", relatou uma senhora que preferiu não se identificar. "Gente se agredindo, empurrando, xingando... Parecia tudo menos uma procissão religiosa."
Cruz Vermelha com as mãos atadas
O pior de tudo - se é que pode ter algo pior - foi ver o trabalho humanitário sendo prejudicado. Os voluntários da Cruz Vermelha, equipados e preparados para atender emergências médicas, simplesmente não conseguiam circular. Ficaram praticamente encurralados pelo tumulto, assistindo impotentes enquanto pessoas precisavam de atendimento e eles não podiam fazer nada.
É daquelas situações que a gente pensa: como pode? Num evento que reúne milhões de pessoas, a segurança tem que ser prioridade absoluta. Mas parece que alguém esqueceu disso.
E agora, o que fica?
O incidente levanta questões importantes sobre a organização de eventos religiosos dessa magnitude. Até que ponto a devoção justifica colocar tantas pessoas em situação de risco? Como garantir que os serviços de emergência possam funcionar adequadamente em meio a multidões tão densas?
Enquanto isso, fiéis que foram testemunhas do ocorrido seguem abalados. Muitos relatam sentimentos contraditórios - decepção com o comportamento de alguns romeiros, mas também preocupação com o futuro da maior festa religiosa do Norte do país.
Uma coisa é certa: o Círio de Nazaré de 2025 vai ficar marcado não apenas pela fé, mas também pelo dia em que a intolerância e a falta de controle quase transformaram uma celebração sagrada em tragédia anunciada.