
A tarde desta sexta-feira em Maceió não poderia ter sido mais tensa. O que começou como mais um dia comum no sistema prisional alagoano terminou em sangue e pólvora. Um reeducando — assim chamam aqueles que tentam recomeçar atrás das grades — decidiu que não queria mais esperar pelo tal recomeço.
Ele simplesmente pulou o muro. Literalmente. Do Presídio Baldomero Cavalcanti, uma unidade que já viu histórias demais, partiu mais uma fuga que parecia ter saído de roteiro de cinema.
Perseguição e tiroteio
Mas a liberdade durou pouco. Horas, apenas. A polícia — sempre alerta — descobriu o paradeiro do fugitivo. E aí, meu Deus, a coisa degringolou feio. Quando os agentes se aproximaram para fazer a prisão, o reeducando reagiu. E como reagiu!
Tiros pra todo lado. Um verdadeiro inferno naquela rua qualquer de Maceió. Os vizinhos, coitados, se trancaram em casa enquanto o barulho dos disparos ecoava pela vizinhança.
No final, só restou o silêncio. E um corpo no chão.
Identificação e investigação
O homem — ainda não identificado publicamente — não resistiu aos ferimentos. A perícia chegou depois, fazendo aquela dança macabra que sempre fazem em cenas de crime: marcar, medir, fotografar.
A Secretaria de Ressocialização e Inclusão Social (Seris) confirmou a fuga, mas pouco mais disse. Estão investigando, dizem. Sempre investigando.
Duas armas foram encontradas no local. Dois dispositivos de morte que agora estão com a polícia técnica, que tenta reconstruir os últimos momentos daquele que preferiu morrer a voltar para a cadeia.
Perguntas sem resposta
Como ele conseguiu fugir? O Baldomero Cavalcanti não é exatamente uma pousada com portas abertas. Houve falha na segurança? Cumplicidade de alguém? A Seris promete apurar tudo — como sempre promete.
E a família? Alguém sabe se ele tinha família? Alguém que agora chora sua morte enquanto tenta entender por que ele escolheu esse fim?
O caso segue sob investigação. Mais um na longa lista de episódios violentos que mancham o sistema prisional alagoano. Mais uma vida perdida num jogo onde todos saem perdendo.
Enquanto isso, em algum lugar de Maceió, a rotina volta lentamente ao normal. Como se nada tivesse acontecido. Como se uma vida não tivesse acabado ali, naquele asfalto quente, sob o sol implacável de Alagoas.