Tragédia em Piracicaba: PMs que confundiram e mataram guarda municipal vão a júri popular
PMs vão a júri por morte de guarda em Piracicaba

A coisa toda aconteceu numa dessas noites que parecem normais, até que de repente tudo vira de cabeça para baixo. Dois policiais militares, imagine só, agora vão encarar um júri popular aqui em Piracicaba. O motivo? Teriam confundido um guarda municipal com um bandido durante uma operação — e o resultado foi fatal.

Parece roteiro de filme, mas é a pura realidade. O caso já completa três anos — sim, três anos! — e só agora as coisas começam a se mover de verdade na Justiça. O guarda municipal Edson Donizete Ortiz, coitado, estava trabalhando normalmente quando a tragédia aconteceu.

Como tudo aconteceu — os detalhes que assustam

Era novembro de 2022, um mês que a família do guarda nunca vai esquecer. A PM recebeu uma denúncia anônima sobre um homem armado na Rua Santa Fé, no bairro Jaraguá. Os policiais chegaram ao local determinados, mas a confusão já estava armada.

O que ninguém esperava — e aqui a coisa fica complicada — é que o guarda municipal estava justamente no mesmo lugar, fazendo seu trabalho de rotina. O detalhe crucial? Ele usava um colete à paisana, desses que identificam guardas, mas sem ser muito óbvio. Na escuridão da noite, na pressa da operação, a linha entre o herói e o vilão ficou tênue demais.

Os PMs atiraram primeiro e perguntaram depois. Fatalidade pura.

O longo caminho até o júri

Três anos se passaram. Três anos de processos, audiências, adiamentos. A Promotoria finalmente conseguiu converter a ação de homicídio culposo — aquele que não tem intenção de matar — para tentativa de homicídio doloso. Parece complicado? É porque é.

O juiz Fernando Antônio Marques, da 1ª Vara do Júri de Piracicaba, deu o aval para o julgamento pelos cidadãos comuns. A decisão saiu só agora, em outubro de 2025. Justiça é como trem antigo — chega, mas demora.

Os dois PMs, cujos nomes foram mantidos em sigilo — algo que sempre me faz coçar a cabeça — responderão perante sete pessoas comuns. Gente como a gente, que vai decidir se houve crime ou apenas um erro trágico no calor do momento.

E as defesas? Ah, as defesas...

Os advogados dos policiais, claro, não ficaram parados. Alegam que seus clientes agiram em «estrito cumprimento do dever legal» — essa velha conhecida dos tribunais. Dizem que os PMs acreditaram, de boa-fé, que o guarda era o suspeito procurado.

Mas aí eu me pergunto: até onde vai o «cumprimento do dever» quando se trata de atirar primeiro? A questão, meus amigos, é mais espinhosa do que parece.

Um caso que vai além do tribunal

Esse julgamento não é só sobre dois policiais e um guarda morto. É sobre procedimentos, é sobre treinamento, é sobre como nossas forças de segurança agem sob pressão. Piracicaba inteira está de olho — e com razão.

A data do júri ainda não foi marcada, mas quando chegar, promete acirrar ânimos. De um lado, a dor da família Ortiz, que perdeu seu ente querido. Do outro, dois PMs que podem ter cometido o erro mais trágico de suas carreiras.

O que me deixa pensando, sério mesmo, é quantas dessas histórias acontecem por aí e a gente nunca fica sabendo. Essa, pelo menos, terá seu desfecho à luz do dia — mesmo que três anos depois.