
Era para ser um dia de fé, de renovação espiritual. Mas o que aconteceu na última quarta-feira transformou a romaria em pesadelo. Um policial militar, rapaz de apenas 31 anos, foi cruelmente executado durante um assalto que deixou toda a região em estado de choque.
O sargento PM Edson Soares de Oliveira – sim, agora podemos dizer o nome dele, porque nomes têm peso, têm história – estava indo para Aparecida como tantos outros peregrinos. Só que o destino resolveu pregar uma peça das mais cruéis. Por volta das 22h30, na Rodovia Presidente Dutra, altura do km 138, o inesperado aconteceu.
O momento do crime que parou a romaria
Dois criminosos – a polícia ainda trabalha para identificá-los – abordaram o veículo onde Edson estava com mais três pessoas. Imagina a cena: você está num carro, pensando na bênção que vai receber, e de repente se vê encarando o cano de uma arma. É de gelar a espinha.
Os bandidos exigiram todos os pertences do grupo. Celulares, documentos, dinheiro – o de sempre, infelizmente. Mas aí a coisa degringolou. Por algum motivo que talvez nunca venhamos a entender completamente, Edson reagiu. E pagou com a vida.
Três tiros. Três disparos que silenciaram para sempre um homem que vestia a farda com orgulho. Os criminosos fugiram como fantasmas na noite, deixando para trás o caos e a dor.
As consequências de um crime que vai além do crime
O que me deixa mais revoltado nessa história toda é a localização. Estamos falando de uma das rodovias mais movimentadas do país, num trecho que deveria estar sob vigilância constante. E o timing? Durante uma das romarias mais importantes do calendário religioso brasileiro.
Os outros ocupantes do carro, milagrosamente, saíram ilesos fisicamente. Mas psicologicamente? Duvido que alguém se recupere totalmente de uma experiência dessas. É o tipo de trauma que fica marcado na alma.
A Polícia Militar já emitiu nota – aquelas notas formais que tentam conter uma dor que deve ser imensurável. Edson era lotado no 4º Batalhão de Polícia de Choque, em São José dos Campos. Colegas descrevem ele como profissional dedicado, do tipo que acreditava no trabalho que fazia.
O que fica depois da tragédia
Enquanto isso, a investigação corre – ou pelo menos esperamos que esteja correndo. O Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) assumiu o caso, mas convenhamos: sem testemunhas mais detalhadas e sem imagens que identifiquem os executores, fica complicado.
O corpo de Edson foi levado para o IML de Guaratinguetá. Sua família, que deveria estar planejando a volta dele cheia de histórias da romaria, agora planeja um funeral. A vida prega dessas peças desleais.
E aí você para e pensa: se isso acontece com um policial treinado, armado, o que sobra para nós, meros cidadãos comuns? É uma pergunta que dói, mas que precisa ser feita. A violência no Brasil atingiu níveis que, francamente, já perderam a capacidade de nos surpreender – e isso é talvez a parte mais triste de toda essa história.
Enquanto isso, em Aparecida, os peregrinos continuam chegando. A fé segue intacta, mas a sensação de segurança... bem, essa ficou mais uma vez abalada. E não é de hoje.