
Era para ser mais uma noite comum no conjunto Dirceu Arcoverde, em Teresina. Mas o que aconteceu na última quarta-feira (27) foi tudo, menos normal. Um guarda municipal — sim, um suposto agente da lei — transformou-se no protagonista de uma cena de horror que terminou com duas vidas perdidas para sempre.
Segundo testemunhas, tudo começou com uma discussão aparentemente comum. Mas eis que o comum deu lugar ao extraordinariamente trágico. O homem, cuja função seria proteger, sacou uma arma e disparou contra a ex-companheira, Franciana da Silva Almeida, com quem tinha uma filha pequena. Não satisfeito, voltou sua fúria contra o vereador Gilberto Ferreira, que tentava intervir na situação.
Dois tiros certeiros. Dois destinos interrompidos. E um bairro inteiro em estado de choque.
O Arsenal Doméstico
Quando a polícia chegou ao local, o suspeito já estava imobilizado por populares — ironia das ironias, quem deveria prender acabou preso pela comunidade. Mas a verdadeira surpresa veio depois, durante o registro na Delegacia de Homicídios.
Os investigadores decidiram fazer uma busca no carro do acusado. E não é que encontraram um verdadeiro arsenal? Quatro armas de fogo, sendo três pistolas e um revólver, todas devidamente municiadas. Dois carregadores extras e uma quantidade significativa de munição completavam o pacote macabro.
Pergunta que não quer calar: o que um guarda municipal fazia com todo esse poder de fogo? Era para trabalho ou para... isso?
As Vítimas e o Agressor
Franciana, de 32 anos, tinha toda uma vida pela frente. Mãe dedicada, deixou uma criança que agora crescerá órfã de mãe — e com o pai atrás das grades. Já Gilberto Ferreira, o vereador, era conhecido na região por seu trabalho comunitário. Tentou ser o pacificador e pagou com a própria vida.
O acusado, cujo nome não foi divulgado inicialmente, era lotado na Base Comunitária do bairro Santa Maria da Codipe. Sim, a mesma área onde ocorreram os assassinatos. A Prefeitura de Teresina já se manifestou, afirmando que o funcionário foi afastado e que o caso está sendo apurado internamente.
Mas a pergunta fica no ar, ecoando nas ruas de Teresina: até que ponto podemos confiar naqueles que juram nos proteger?
O caso agora está nas mãos da Justiça. O guarda municipal responderá por duplo homicídio e posse ilegal de arma de fogo. Enquanto isso, duas famílias choram suas perdas — e uma cidade inteira se pergunta como tudo chegou a esse ponto.