
A vida da família Silva Rodrigues virou de cabeça para baixo na última quarta-feira. O que era pra ser mais um dia comum em Marabá, no sudeste do Pará, terminou em tragédia. Marcelo Henrique Silva Rodrigues, de apenas 24 anos, levou um tiro durante uma operação da Polícia Federal e não resistiu.
O pai dele, José Maria Rodrigues, trabalha como escrivão de Justiça - e está arrasado. "Meu filho era um jovem trabalhador, não tinha envolvimento com nada ilícito", disse, com a voz embargada. A situação é daquelas que faz a gente questionar muita coisa.
Operação com alvo trocado?
Segundo relatos da família - e isso é importante destacar - a operação da PF teria outro alvo. Sim, você leu certo. Os policiais federais estariam atrás de uma pessoa identificada apenas como "Marcelo", mas não era o Marcelo filho do escrivão. Um erro que custou uma vida.
O caso aconteceu no bairro Amapá, região central de Marabá. Por volta das 6h da manhã, a Polícia Federal fazia buscas relacionadas a um inquérito da 2ª Vara Federal, mas os detalhes desse inquérito ainda são um ponto de interrogação.
"Eles queriam outro Marcelo", insiste o pai. A dor dessa família é palpável, daquelas que a gente sente na pele mesmo à distância.
O que se sabe até agora?
- Marcelo tinha 24 anos e era filho de um escrivão de Justiça
- O incidente ocorreu durante operação da PF em Marabá
- Familiares afirmam que o alvo seria outra pessoa
- O caso está sendo investigado pela própria Polícia Federal
- O corpo foi levado para o IML de Marabá
A Polícia Federal, por sua vez, emitiu uma nota confirmando a morte durante a operação, mas sem entrar em detalhes sobre a identidade do alvo original. Disse apenas que o caso será apurado internamente - o que é protocolo em situações assim.
Mas cá entre nós: protocolo consola uma família em luto? A pergunta fica no ar.
Uma cidade em choque
Marabá não é uma cidade grande como São Paulo ou Rio, mas tem seus dramas urbanos. Quando uma tragédia dessas acontece numa comunidade menor, o impacto é diferente - todo mundo conhece todo mundo, o boato corre solto, a comoção é geral.
O que me preocupa é o padrão. Quantos casos assim já vimos pelo Brasil afora? Operações policiais que terminam em tragédia, famílias destruídas, versões conflitantes... É um filme que se repete com elenco diferente.
Enquanto isso, o corpo de Marcelo aguarda liberação no IML. A família prepara o enterro. E a pergunta que não quer calar: como é possível que uma operação da Polícia Federal, uma das instituições mais preparadas do país, cometa um erro desses?
O caso promete dar o que falar. A PF já abriu procedimento interno para apurar os fatos, mas a sensação que fica é que, independente do resultado da investigação, uma vida já foi perdida. E vida, como sabemos, não tem preço.