Imagine você no seu local de trabalho, tentando exercer sua função, e ser constantemente interrompida por comentários machistas e ataques pessoais. Pois é exatamente isso que alega a vereadora Thaís de Campos, de Lençóis Paulista, durante as sessões da Câmara Municipal.
O que deveria ser um espaço de debate democrático tornou-se, segundo ela, um ambiente hostil e intimidatório. "É como se minha opinião valesse menos apenas por ser mulher", desabafa a parlamentar, visivelmente abalada.
Os episódios que chocaram a cidade
Não foram incidentes isolados, mas sim uma sequência de situações constrangedoras. Durante discussões sobre projetos de lei, Thaís relata ter sido alvo de:
- Interrupções constantes e deliberadas quando tentava se manifestar
- Comentários de cunho machista e depreciativos
- Tentativas de desqualificar sua capacidade técnica e intelectual
- Assédio moral velado durante as votações
O pior? Tudo isso acontecia diante dos olhos de outros vereadores e até mesmo do público presente. "A sensação é de completa impotência", confessa.
O silêncio que fala mais alto
O que mais surpreende nessa história toda é o fato de que ninguém – absolutamente ninguém – interveio durante os episódios. Nem a presidência da Casa, nem os colegas parlamentares. Um silêncio ensurdecedor que, de certa forma, compactua com a violência.
Será que ainda estamos nos anos 1950? Porque certas atitudes parecem ter saído de uma máquina do tempo direto para a política municipal.
As consequências além do plenário
Não se engane: o impacto vai muito além do constrangimento pessoal. Thaís começou a desenvolver ansiedade antes das sessões, perdendo noites de sono preocupada com o que iria enfrentar. "Chego em casa exausta mentalmente, não fisicamente", revela.
E o pior: o trabalho legislativo fica prejudicado. Como focar nos projetos da cidade quando se está constantemente se defendendo de ataques pessoais?
A reação da comunidade
As redes sociais explodiram com manifestações de apoio à vereadora. Mulheres de Lençóis Paulista começaram a compartilhar suas próprias experiências com machismo no trabalho, criando uma onda de solidariedade.
"É inacreditável que isso ainda aconteça em 2025", comentou uma moradora. "Precisamos falar sobre isso urgentemente", acrescentou outra.
E agora, o que esperar?
A denúncia formal já foi protocolada, mas ninguém sabe ao certo quais serão os desdobramentos. Thaís espera que seu caso sirva de alerta para outras mulheres na política – e que finalmente haja mudanças concretas.
Enquanto isso, a pergunta que fica é: quantas outras Thaís existem por aí, sofrendo em silêncio? Quantas desistem da política porque não aguentam mais esse tipo de tratamento?
Uma coisa é certa: o caso de Lençóis Paulista escancara uma realidade incômoda que muitos preferem ignorar. E agora, não dá mais para fingir que não está acontecendo.
