
O cheiro de gasolina ainda pairava no ar quando a notícia se espalhou como rastilho de pólvora pelos becos de Manaus. Um sujeito — cujo nome a polícia ainda não confirmou — foi reduzido a cinzas pela fúria popular depois de ser apontado como assassino de uma mulher. A cena daria um filme de terror, mas era a pura e crua realidade amazônica nesta segunda-feira (5).
Segundo testemunhas — que falaram com a voz embargada —, tudo começou quando encontraram o corpo da vítima num terreno baldio. "Ele tava com a roupa ensanguentada", contou um morador, pedindo pra não ser identificado. "Aí o povo pirou de vez."
O que se sabe até agora
Detalhes macabros emergiram aos poucos:
- A vítima teria sido estrangulada — marcas no pescoço não deixavam dúvidas
- O suspeito, vizinho da área, já tinha passagem por agressão
- Antes das chamas, apanhou tanto que mal conseguia ficar em pé
"Ninguém segura quando bate o ódio", filosofou uma senhora que viu tudo da janela. Ela nem quis gravar depoimento — medo de represálias, sabe como é?
Entre a lei e os "justiceiros"
A polícia — que chegou depois da tragédia — agora corre atrás do prejuízo. "Temos que apurar tanto o feminicídio quanto o linchamento", admitiu um delegado, visivelmente incomodado com a situação. Difícil, né? Quando a população perde a fé no sistema...
Enquanto isso, nas redes sociais, a discussão esquenta mais que o asfalto manauara:
- Uns acham que "bandido bom é bandido morto"
- Outros lembram que justiça com as próprias mãos vira circo de horrores
- E tem quem só queira saber se a vítima terá enterro digno
O caso escancara uma ferida que não cicatriza: a cada 7 horas, uma brasileira morre por ser mulher. Os números são de matar o coração — literalmente.