
Os números são de cortar o coração. São Paulo, o estado mais populoso do país, está vivendo um dos momentos mais sombrios quando o assunto é violência contra as mulheres. Até agosto deste ano, pasmem, 166 mulheres foram brutalmente assassinadas simplesmente por serem mulheres.
Isso mesmo que você leu. Cento e sessenta e seis vidas interrompidas pela crueldade do feminicídio. Um recorde absolutamente triste, o maior desde que começaram a contabilizar esses dados específicos, lá em 2019.
Os números que não mentem
A Secretaria de Segurança Pública jogou luz sobre essa realidade dura. Comparado com o mesmo período do ano passado, o aumento foi de quase 5% - de 159 para 166 casos. Parece pouco? Cada um desses números tem nome, história, família.
E olha que coisa: os casos gerais de homicídio doloso até caíram 3%. Mas os feminicídios, esses crimes de ódio contra mulheres, só fazem subir. Dá pra acreditar?
Além dos assassinatos
A violência não para nos feminicídios. Os estupros também aumentaram - e muito! Foram 5.667 casos registrados, um salto de 11,5% na comparação com 2022. A maioria esmagadora, cerca de 74%, aconteceu dentro de casa. O lar, que deveria ser refúgio, virou cenário de terror para muitas.
E os agressores? Quase sempre pessoas conhecidas das vítimas. Parentes, companheiros, ex-parceiros. A violência vem de onde menos se espera, ou melhor, de onde mais se teme.
E as outras formas de violência?
Os espancamentos dentro de casa também cresceram - 3,4% a mais que no ano passado. São 15.645 ocorrências que chegaram ao conhecimento da polícia. Quantas mais ficaram no silêncio?
Mas nem tudo são más notícias. As lesões corporais dolosas, aquelas agressões físicas intencionais, tiveram uma pequena redução de 1,6%. Pouco, muito pouco, mas pelo menos não aumentou.
O que está por trás desses números?
Especialistas em segurança apontam para várias causas. A subnotificação crônica - quantas mulheres não denunciam por medo? A dificuldade de acesso às redes de proteção. A lentidão da Justiça em muitos casos.
E tem mais: a cultura machista que ainda impera em muitos cantos. Aquela velha história de tratar a mulher como propriedade, como objeto. Isso precisa mudar, e rápido!
E agora, o que fazer?
As autoridades prometem reforçar as delegacias da mulher, ampliar programas de proteção e conscientização. Mas será que isso basta? A sociedade precisa acordar para essa guerra silenciosa que acontece dentro de quatro paredes.
Vizinhos, amigos, familiares - todos podemos ser agentes de mudança. Estar atento aos sinais, oferecer apoio, não se calar diante da violência. Cada vida salva importa.
Enquanto isso, as 166 mulheres assassinadas neste ano em São Paulo nos lembram diariamente: ainda temos um longo, muito longo caminho pela frente.