Rio Grande do Sul Reativa Secretaria das Mulheres: Uma Resposta Urgente ao Aumento de Feminicídios
RS recria Secretaria das Mulheres contra feminicídio

Era mais um dia comum no Palácio Piratini, mas o anúncio que viria mexeria com estruturas há muito tempo abaladas. O Rio Grande do Sul — aquele estado tão orgulhoso de suas tradições — decidiu resgatar do baú das prioridades esquecidas uma pasta fundamental: a Secretaria das Mulheres. E não foi por acaso, não.

Os números, convenhamos, estão assustadores. Só neste ano, o estado já registrou 45 feminicídios. Quarenta e cinco vidas interrompidas brutalmente. Quarenta e cinco histórias que não se completaram. Quando se olha para trás, a coisa fica ainda mais sombria — um aumento de 36% comparado ao mesmo período do ano passado. Trinta e seis por cento! Parece estatística, mas são mães, filhas, amigas, colegas de trabalho...

Uma lacuna que custou caro

Ah, e tem um detalhe importante: o estado ficou quatro longos anos sem essa secretaria específica. Quatro anos nos quais as políticas para mulheres foram diluídas em outras pastas, perdendo força, orçamento e — quem sabe — eficácia. A governadora em exercício, Gabriela Nunes, foi direta ao ponto: "Precisávamos dar um basta nessa situação".

E o que muda na prática? Bom, a nova secretária — porque sim, já tem nome — é a promotora de Justiça Gabriela Soares. Ela chega com a experiência de quem já viu de perto as entranhas da violência doméstica. E traz um plano que, na teoria, parece promissor: fortalecer a rede de proteção, criar novos centros de referência e — atenção — implementar a Patrulha Maria da Penha em mais municípios.

O que vem por aí

Os primeiros passos já estão sendo dados, e incluem:

  • Ampliação imediata dos serviços especializados de atendimento
  • Criação de novos canais de denúncia — porque muitas mulheres ainda temem falar
  • Capacitação de servidores públicos para identificar sinais de violência
  • Parcerias com organizções não-governamentais que já atuam na linha de frente

Não vai ser fácil, claro. Reerguer uma secretaria depois de tanto tempo exige mais do que boa vontade — precisa de verba, de equipe qualificada, de compromisso político que sobreviva aos tropeços do dia a dia. Mas é um começo. Um recomeço, na verdade.

Enquanto isso, nas ruas de Porto Alegre e do interior, mulheres seguem suas vidas — algumas com medo, outras com esperança renovada. Resta torcer para que essa iniciativa não seja apenas mais uma promessa bonita no papel. Porque, convenhamos, já chega de estatísticas tristes.