Protestos contra feminicídio mobilizam 20 estados e DF após mais de mil casos em 2025
Protestos contra feminicídio mobilizam 20 estados e DF

Um protesto nacional contra o feminicídio levou mulheres às ruas em pelo menos 20 estados e no Distrito Federal neste domingo (7). Em Brasília, o ato ocorreu na Torre de TV, ponto central da capital, próximo à Esplanada dos Ministérios, a partir das 10h da manhã.

Números alarmantes motivam mobilização

A mobilização, organizada pelo Levante Mulheres Vivas, é uma resposta aos dados alarmantes de violência de gênero no país. O Brasil já registrou mais de mil casos de feminicídio apenas em 2025. No Distrito Federal, a situação é especialmente grave, com 26 mulheres assassinadas em crimes de ódio por razões de gênero desde o início do ano.

O caso mais recente no DF chocou o país na última sexta-feira (5). Um soldado confessou ter esfaqueado a cabo Maria de Lourdes Freire Matos, de 25 anos, e em seguida ateou fogo no quartel do Exército. Este crime brutal reforçou a urgência dos apelos por justiça e políticas públicas eficazes.

Lista de vítimas no Distrito Federal em 2025

Conforme apuração jornalística e dados da Secretaria de Segurança Pública do DF, as vítimas de feminicídio este ano são:

  • Ana Moura Virtuoso (5 de janeiro, Estrutural)
  • Elaine da Silva Rodrigues (15 de janeiro, Planaltina)
  • Gilvana de Sousa (15 de fevereiro, entre Taguatinga/Samambaia)
  • Géssica Moreira de Sousa (22 de fevereiro, Planaltina)
  • Ana Rosa Brandão (26 de fevereiro, Cruzeiro)
  • Dayane Barbosa (29 de março, Fercal)
  • Maria José Ferreira (31 de março, Recanto Das Emas)
  • Marcela Rocha Alencar (1º de abril, Paranoá)
  • Vítima Não Identificada (9 de abril, Park Way)
  • Valdete Silva Barros (19 de abril, Sol Nascente)
  • Vanessa da Conceição Gomes (18 de maio, Samambaia)
  • Liliane Cristina Silva de Carvalho (19 de maio, Ceilândia)
  • Telma Senhorinha da Silva (7 de junho, Estrutural)
  • Raquel Gomes Nunes (17 de junho, Recanto das Emas)
  • Luciana dos Santos (8 de julho, Paranoá)
  • Cherlya Carvalho de Lima (29 de julho, Samambaia)
  • Camila Pereira Lopes (13 de agosto, Itapoã)
  • Pamella Maria Rocha Rangel (23 de agosto, Brazlândia)
  • Vítima não identificada (9 de setembro, Núcleo Bandeirante)
  • Vítima não identificada (18 de setembro, São Sebastião)
  • Vítima não identificada (20 de setembro, Núcleo Bandeirante)
  • Marcela Santos Silva (7 de outubro, Planaltina)
  • Camila Rejane De Araújo Cavalcante (24 de outubro, Sobradinho 2)
  • Allany Fernanda Oliveira Lima (4 de novembro, Sol Nascente)
  • Vítima não identificada (novembro, Estrutural)
  • Maria de Lourdes Freire (5 de dezembro, SMU)

Como buscar ajuda e proteção

Diante deste cenário de violência, é crucial conhecer os canais de denúncia e apoio. As mulheres em situação de risco podem pedir ajuda de várias formas:

  • Pelo número 190 da Polícia Militar.
  • Pelo número 197 ou pela delegacia eletrônica da Polícia Civil.
  • Pelo número 180 da Central de Atendimento à Mulher.
  • Em qualquer delegacia de polícia ou nas Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher (Deam).
  • Pelo número 129 da Central de Atendimento da Defensoria Pública, que possui um dígito exclusivo para mulheres em situação de violência.

É importante destacar que não é necessário esperar que um crime ocorra para solicitar uma medida protetiva. Situações como ciúme excessivo, perseguição ou controle de patrimônio já são motivos suficientes para buscar proteção judicial.

Segundo o Tribunal de Justiça do DF (TJDFT), a medida protetiva pode ser solicitada através da Polícia Civil, seja na delegacia mais próxima, na Delegacia da Mulher, pelo site da Delegacia Eletrônica ou pelo número 197. O pedido é então enviado a um juiz, que deve analisá-lo em até 48 horas.

Se a medida concedida não for suficiente para cessar as agressões ou ameaças, a mulher pode solicitar outras medidas mais adequadas e denunciar o descumprimento, que também é considerado crime. A luta contra o feminicídio exige não apenas protestos, mas também a garantia de que os mecanismos de proteção sejam acessíveis e eficazes para todas.