Um protesto marcado por cartazes e bandeiras tomou as ruas de Belém neste sábado (6). O ato, intitulado "Levante Mulheres Vivas", reuniu dezenas de pessoas em um movimento nacional contra o feminicídio e a violência de gênero.
Trânsito interrompido e caminhada por respeito
Durante o percurso, algumas vias da capital paraense tiveram o fluxo de veículos temporariamente interrompido. O grupo caminhou por diferentes ruas da cidade, levando um claro recado: basta à violência contra as mulheres. Os manifestantes pediam respeito, proteção e o fim da cultura de agressão de gênero.
Além dos gritos de ordem, as reivindicações foram concretizadas em palavras de ordem escritas. Os participantes exigiram mais recursos para políticas públicas de proteção às mulheres. Outro ponto crucial do protesto foi a rejeição a um projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados. Segundo os manifestantes, a proposta pode dificultar o acesso ao aborto legal para crianças vítimas de estupro.
Um cenário nacional de emergência
O ato em Belém não foi um evento isolado. O "Levante Mulheres Vivas" está sendo realizado neste fim de semana em diversas cidades brasileiras. A mobilização surge como resposta a uma escalada alarmante de violência de gênero no país.
Os números comprovam a gravidade da situação. Somente em 2025, o Brasil já registrou mais de mil casos de feminicídio. A Procuradoria Especial da Mulher do Senado Federal, que convocou os atos, fala em "indignação coletiva" após crimes que chocaram a nação.
Entre os casos citados estão o assassinato da estudante Catarina Kasten, em Florianópolis (SC), e o ataque de um servidor do Cefet que matou duas colegas de trabalho no Rio de Janeiro. Em São Paulo, uma mulher teve as pernas amputadas e está em coma após ser atropelada e arrastada na Marginal Tietê, em um caso tratado como tentativa de feminicídio.
Violência também no interior do Pará
A realidade violenta não se restringe às grandes capitais. No sudeste do Pará, em Tucuruí, um homem foi preso na sexta-feira (5) por tentativa de feminicídio. Segundo a Polícia Civil, o indivíduo agrediu sua companheira com socos e pedradas.
Este caso local reforça o apelo central do protesto. A mobilização acontece, nas palavras da Procuradoria da Mulher do Senado, "diante de um cenário que já configura emergência nacional". O ato em Belém foi, portanto, um grito coletivo por vida, dignidade e justiça para todas as mulheres.