Professor de Direito indiciado por 24 crimes sexuais no RS após inquérito com 18 vítimas
Professor de Direito indiciado por 24 crimes sexuais no RS

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul concluiu o inquérito que investigava o professor e advogado Conrado Paulino da Rosa por suspeita de cometer crimes sexuais. Ele foi indiciado por 24 crimes sexuais, segundo o relatório final da investigação, que durou três meses.

Detalhes da investigação e medidas cautelares

O inquérito colheu depoimentos de 18 vítimas e 16 testemunhas, além de realizar perícias, exames e coletar provas documentais. Conrado Paulino da Rosa está sendo monitorado por tornozeleira eletrônica após ter a prisão preventiva revogada pela Justiça em 22 de outubro. Ele havia sido preso em 26 de setembro.

A delegada Fernanda Campos, responsável pelo caso, afirmou que a condução foi técnica e impessoal, garantindo os direitos do investigado e mantendo o sigilo e a proteção das vítimas. No início de outubro, a polícia apreendeu computadores e outros objetos no apartamento do professor em Porto Alegre, local apontado como cenário dos crimes.

Relatos das vítimas e violência psicológica

Quatro mulheres concederam entrevista à RBS TV, detalhando os abusos. Os relatos incluem casos de estupro, agressões durante relações sexuais e violência psicológica. Uma das vítimas descreveu ter sido drogada e estuprada, acordando no dia seguinte ferida e precisando de hospitalização.

Outra mulher, que namorou o suspeito, relatou uma mudança brusca de comportamento, passando de "príncipe" para agressões físicas, incluindo sufocamento e tapas. Elas também descreveram um padrão de manipulação e culpabilização, onde o suspeito as fazia se sentir responsáveis pela violência sofrida.

Repercussão profissional e posicionamentos

Conrado Paulino da Rosa foi demitido da Fundação Escola Superior do Ministério Público (FMP) de Porto Alegre, onde lecionava para graduação e mestrado e coordenava uma pós-graduação. A instituição afirmou que o desligamento foi administrativo.

Em seu perfil no Instagram, o professor afirmou que "a verdade dos fatos se sobressairá" e que "repudia violência contra a mulher". A defesa dele não se manifestou até a última atualização da reportagem. Além da tornozeleira, as medidas cautelares determinadas pela Justiça incluem recolhimento domiciliar noturno, proibição de contato com vítimas e testemunhas, e impedimento de frequentar instituições de ensino e eventos acadêmicos.

A investigação começou após uma denúncia anônima, e a polícia passou a localizar outras possíveis vítimas. O caso segue sob sigilo, mas a polícia afirma que os relatos colhidos são consistentes entre si.