Um crime de feminicídio chocou a região do Agreste paraibano na madrugada deste sábado (6). O cabo da Polícia Militar Luiz Miguel confessou ter assassinado a própria esposa, Elida do Nascimento Silva, de 22 anos. O casal passava por um processo de divórcio, mas havia tentado uma reaproximação recentemente.
Discussão em bar precede tragédia na estrada
De acordo com informações da Polícia Civil, confirmadas pela delegada Renata Dias, o casal saiu de um bar em Campina Grande. Eles já haviam tido um desentendimento no local e a discussão continuou dentro do carro, durante o trajeto pela PB-095, que liga os municípios de Massaranduba e Serra Redonda.
Durante a briga, a vítima tentou fugir. "A vítima tentou por diversas vezes sair do carro em movimento", detalhou a delegada. A situação culminou quando o veículo parou. Em seu depoimento, o policial militar alegou que, no momento em que parou o carro, Elida saiu e tentou agredi-lo, e então ele disparou múltiplos tiros contra a jovem.
Suspeito alega "surto" e se entrega à polícia
O cabo Luiz Miguel apresentou uma versão confusa sobre o momento do crime. Ele disse aos investigadores que teve um "surto" e não se recorda quantos tiros efetuou. Após o homicídio, o acusado permaneceu no local, ligou para a própria corporação, a Polícia Militar, e aguardou a chegada das equipes.
Ao chegar ao local, os policiais encontraram o suspeito, que lhes entregou a arma do crime e se entregou. Ele foi conduzido para a Central de Polícia de Campina Grande, onde prestou depoimento e permanece preso.
Processo de divórcio e família contra a reconciliação
As investigações revelam um contexto familiar conturbado. O processo formal de separação do casal havia começado há cerca de um mês. No entanto, ambos decidiram tentar uma reaproximação neste período. Um dado relevante apontado pela polícia é que os familiares de Elida e do próprio cabo não consentiam com a volta do relacionamento.
O caso é tratado como feminicídio, crime definido pela lei como o assassinato de uma mulher por razões da condição de sexo feminino, e segue sob investigação da Polícia Civil para apurar todos os detalhes e motivações que levaram ao trágico desfecho.