A cantora sertaneja Paula Fernandes se manifestou publicamente nas redes sociais após assistir ao depoimento emocionante da modelo e nutricionista Mariana Goldfarb. O vídeo foi divulgado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro como parte da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra as Mulheres.
Solidariedade e identificação com a dor
Comovida pelo relato de Mariana sobre episódios de violência psicológica vividos em um relacionamento passado, Paula Fernandes não conteve sua reação. A artista usou seu perfil no Instagram para expressar solidariedade e, surpreendentemente, revelar que passou por algo muito parecido.
“Nossa! Incrível como você descreveu exatamente o que eu já vivi. Estou chocada!”, escreveu a cantora, demonstrando forte identificação com o testemunho. A publicação aconteceu no dia 5 de dezembro de 2025.
O relato detalhado de Mariana Goldfarb
No depoimento em vídeo, Mariana Goldfarb descreveu com clareza os mecanismos da violência psicológica e seus efeitos devastadores. Ela contou sobre a extrema dificuldade em romper o ciclo do relacionamento abusivo, usando uma metáfora poderosa para descrever seu estado de esgotamento.
“Eu consegui sair num momento em que tinha só mais 5% de oxigênio. Ou eu usava aqueles 5% ali, ou eu ia morrer”, afirmou a modelo.
Ela detalhou como a violência, embora não deixe marcas visíveis como a física, se manifesta no corpo e na mente da vítima:
- Queda de cabelo
- Tremores no olho
- Falta de apetite e anorexia
Mariana também falou sobre a “tortura psicológica” do tratamento de silêncio, uma tática usada para desestabilizar e controlar. “Dói muito perceber que não é amor, e acho que nunca foi amor, é tudo sobre poder, dominação e controle”, declarou.
A perda da identidade e o alerta para outras mulheres
Um dos pontos mais impactantes do depoimento foi a descrição de como um relacionamento abusivo corrói a identidade da pessoa. Mariana comparou a sensação a ter sua essência sugada.
“Eu já não era eu mesma, meu brilho já tinha saído porque parece que tem alguém na tua jugular que está chupando tudo, está sugando tudo. Você vai minguando mesmo…”, desabafou.
Ela completou: “O problema dessa relação é que ela vai na sua identidade, a maneira como se enxerga e é. A partir do momento que você não sabe mais o que é, que essa sua identidade foi aniquilada, é como se a gente fosse um zumbi”.
A reação pública de Paula Fernandes ao depoimento traz visibilidade para uma campanha crucial. Ao se identificar com a história, uma artista de grande popularidade como ela ajuda a quebrar o silêncio que frequentemente cerca a violência psicológica. Sua fala mostra que esse tipo de abuso não escolhe vítimas por profissão ou status social, podendo atingir qualquer pessoa.
A iniciativa do Ministério Público do Rio de Janeiro, ao dar voz a relatos como o de Mariana Goldfarb, busca conscientizar a sociedade sobre os sinais da violência doméstica em suas formas não-físicas. A adesão e o apoio de figuras públicas como Paula Fernandes são fundamentais para ampliar essa mensagem e encorajar outras mulheres a buscarem ajuda.