Um caso de extrema violência doméstica chocou a cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, nesta sexta-feira (19). Um homem de 26 anos foi preso em flagrante, suspeito de torturar a própria filha, uma bebê de apenas sete meses de vida que tem paralisia cerebral.
Imagens chocantes capturadas por câmera de segurança
A TV TEM, afiliada da Rede Globo, teve acesso exclusivo aos vídeos gravados por uma câmera de monitoramento instalada no quarto da residência da família. Devido à brutalidade das cenas, o g1 optou por não divulgar o material. As imagens, no entanto, foram cruciais para a investigação e a prisão do suspeito.
Os registros mostram o pai e a criança deitados em uma cama. Por volta das 7h50 da manhã, o homem é visto amordaçando a menina com um pano. Ele, então, mexe em seu celular. Cerca de vinte minutos depois, a agressão se repete, desta vez com mais intensidade, enquanto a bebê chorava.
O ápice da violência ocorre quando o suspeito, não contente, pressiona a criança com força contra o próprio peito, utilizando também uma almofada. A situação só é interrompida quando a mãe entra no quarto e retira a filha do colo do agressor.
Denúncia partiu da mãe, que desconfiava do comportamento
De acordo com as autoridades, foi a mãe quem registrou a ocorrência na Guarda Municipal. Ela relatou que instalou a câmera no ambiente justamente por desconfiar do comportamento do companheiro com as filhas. A mulher também informou que o homem tentou agredi-la.
Em depoimento, o pai confessou os atos de violência. Segundo o guarda municipal Rafael Gasparetto, o suspeito tentou justificar a ação, afirmando que queria fazer a criança parar de chorar. "[Ele] falou que na cabeça dele, ele não agrediu, que ele fez aquilo apenas para a criança parar de chorar, que como ela tem problemas de saúde, ela chora bastante", relatou Gasparetto.
Autoridades rejeitam justificativa e crime é classificado como tortura
As alegações do homem, no entanto, foram veementemente rejeitadas pelos agentes. "Não justifica, pegar um pano e amordaçar a criança de sete meses para cessar o choro. Ao invés de cuidar da criança, ele resolveu fazer isso aí", completou o guarda municipal.
O caso foi registrado como tortura e o indivíduo, cuja identidade não foi divulgada, foi encaminhado à delegacia. A bebê, que sofre de paralisia cerebral, foi atendida e o caso foi comunicado ao Conselho Tutelar para os devidos encaminhamentos de proteção à vítima e possíveis medidas em relação à guarda.
O episódio serve como um triste alerta para a violência contra crianças, especialmente aquelas em condição de vulnerabilidade. As autoridades reforçam a importância da denúncia por meio de canais como o Disque 100.