
O que se passa na cabeça de um homem capaz de tirar a vida da própria filha? Essa pergunta, angustiante, ecoa pelos corredores da 62ª DP, em Duque de Caxias, onde investigadores tentam desvendar os últimos momentos da pequena Maria Clara, de apenas três anos.
A criança — imagine só — faleceu no último sábado, dia 11, depois de ser brutalmente espancada. O principal suspeito? O próprio pai, Wanderson Rangel de Oliveira, que simplesmente evaporou do mapa.
Os Horrores que a Delegacia Revela
Segundo as primeiras informações que chegaram à polícia, o crime aconteceu naquela sexta-feira comum, dia 10. A mãe da menina, que não morava mais com o casal, recebeu a notícia que nenhum progenitor quer ouvir: sua filha estava internada, à beira da morte.
E o que Wanderson contou? Uma daquelas histórias que não colam — disse que a menina havia caído da cama. Só que os médicos do Hospital Municipal Moacyr do Carmo, onde a pequena foi levada às pressas, não engoliram essa versão. Os hematomas pelo corpo, as marcas de violência... tudo gritava outra verdade.
Quando a polícia chegou para ouvi-lo, o sujeito já tinha sumido. Deixou para trás não só a filha morta, mas um rastro de perguntas sem resposta.
O Desespero de uma Mãe e a Busca por Justiça
A mãe de Maria Clara — coitada — vive agora o pesadelo de qualquer família. Ela contou aos investigadores que Wanderson tinha histórico de agressividade. Será que ninguém viu os sinais antes que fosse tarde demais?
O delegado Fábio Félix, que comanda as investigações, não esconde a gravidade do caso. "Estamos diante de um daqueles crimes que chocam pela frieza", disse ele, com aquela voz séria de quem já viu de tudo. A polícia já acionou a Interpol, porque sabe-se lá para onde esse cara pode ter fugido.
O laudo preliminar do IML não deixa margem para dúvidas: trauma craniano grave. E sabe o que é pior? A polícia acredita que a agressão aconteceu enquanto a mãe não estava em casa — ela trabalhava, tentando sustentar a família.
Um Caso que Virou Símbolo
Enquanto isso, em Duque de Caxias, vizinhos comentam em voz baixa. Uns dizem que desconfiavam, outros que nunca imaginaram. A verdade é que casos como esse nos fazem questionar tudo — a violência doméstica, a proteção às crianças, a impunidade.
O que restou foi a memória de uma menina que mal começou a viver, e a certeza de que a polícia não vai sossegar enquanto não encontrar respostas. E Wanderson? Onde quer que esteja, carrega consigo não só o peso da fuga, mas o fantasma de um ato que desafia qualquer explicação.
Enquanto a justiça não chega, Maria Clara vira mais um nome na triste estatística de crianças brasileiras vítimas daqueles que deveriam protegê-las.