Feminicídio em Roraima: mecânico confessa assassinato e ocultação do corpo em lixão
Mecânico confessa feminicídio e oculta corpo em lixão em RR

A Polícia Civil de Roraima encerrou um caso que angustiava familiares e a comunidade do sul do estado com a prisão do autor de um brutal feminicídio. O corpo de Maria das Graças Costa Lima, de 38 anos, foi localizado na tarde de quinta-feira, 18 de janeiro, em um lixão no município de Caroebe.

Crime ocorreu após discussão por ciúmes

O companheiro da vítima, um mecânico de 37 anos, foi preso e confessou o assassinato durante interrogatório conduzido pelo delegado Bruno Gabriel Bezerra Costa. Segundo a narrativa do investigado, o crime não foi premeditado e aconteceu no dia 1º de dezembro, na residência do casal em São João da Baliza, município vizinho a Caroebe.

Uma discussão motivada por ciúmes teria sido o estopim. O mecânico relatou que Maria das Graças estava deitada no quarto quando foi abordada. Ele usou um pano com álcool para asfixiá-la. A vítima tentou se defender, gritou por socorro – o que pode ter sido ouvido por vizinhos – e chegou a correr em direção à sala, mas foi alcançada e levada de volta ao quarto, onde veio a falecer.

Rotina macabra e tentativa de encobrir o crime

Após cometer o homicídio, o suspeito adotou uma postura que chocou os investigadores. Ele manteve o corpo da vítima oculto no quarto do casal e seguiu com a rotina doméstica normalmente, inclusive convivendo com os filhos e preparando refeições enquanto o cadáver permanecia no local. No dia do crime, as crianças estavam na escola, o que, segundo ele, facilitou a ocultação inicial.

Ainda no dia 1º de dezembro, por volta das 11h, ele removeu o corpo da casa usando uma carrocinha de um parente, cobriu-o com uma lona e o transportou até o lixão de Caroebe. Lá, jogou o corpo e ainda tentou atear fogo nele com um isqueiro, numa tentativa frustrada de dificultar a identificação. Antes de sair de casa, limpou o quarto para eliminar manchas de sangue.

Simulação nas redes sociais e agressões anteriores

Para despistar familiares e a polícia, que começaram a procurar por Maria das Graças a partir do dia 30 de novembro, o mecânico executou um plano cruel. Entre os dias 30 de novembro e 1º de dezembro, ele usou o telefone e as redes sociais da vítima para simular que ela ainda estava viva. Após o uso, queimou o aparelho celular para destruir evidências.

As investigações também revelaram um histórico de violência. A própria vítima havia registrado em vídeo agressões sofridas dias antes de desaparecer, fato que reforçou a linha investigativa da polícia desde o início.

O caso é tratado como crime de feminicídio com ocultação de cadáver. O corpo foi removido pelo Instituto de Medicina Legal (IML) do Núcleo de Perícia Forense Regional Sul. O delegado Bruno Gabriel informou que o preso será apresentado em audiência de custódia na sexta-feira, 19 de janeiro. O inquérito policial está na fase final, com a juntada de laudos periciais e outras provas.

"A prisão preventiva foi fundamental para o avanço das investigações. A partir dela, conseguimos a confissão do autor e a localização do corpo, encerrando um mistério que causava angústia à família e à sociedade", declarou o delegado.