A Justiça do Rio de Janeiro determinou a libertação de Ester da Silva Simões, mãe dos bebês gêmeos que morreram durante um incêndio em sua residência no Conjunto Santa Maria, em Campo Grande, Zona Oeste da capital fluminense.
Decisão judicial após audiência de custódia
Durante audiência de custódia realizada na quarta-feira (19), o juiz Pedro Ivo Caruso D'Ippolito decidiu pela soltura da mulher, que havia sido presa em flagrante por abandono de incapaz na terça-feira (18), dia da tragédia.
O magistrado concluiu que não existiam indícios concretos de abandono ou negligência dolosa por parte de Ester, especialmente considerando que a dinâmica completa do incêndio ainda será apurada através de perícia técnica.
Os fatos conforme relato da mãe
De acordo com o depoimento prestado durante a audiência, Ester estava na sala quando o fogo começou. Ela relatou que as chamas teriam sido provocadas por um curto-circuito na instalação elétrica do quarto onde as crianças permaneciam.
Ao perceber a fumaça, a mãe tentou entrar no cômodo onde estavam os filhos, mas enfrentou a intensidade das chamas. Diante da impossibilidade de resgatar as crianças sozinha, ela buscou auxílio com vizinhos.
Infelizmente, quando o socorro chegou, já era tarde demais. Liam Kalleb Simões de Oliveira e Noah Lucca Simões de Oliveira, gêmeos que haviam completado 1 ano no último dia 24, não resistiram.
Fundamentação da decisão judicial
Em trecho da decisão, o juiz explicou sua posição: "Embora o resultado seja de extrema gravidade, os elementos até então coligidos não permitem afirmar, com a segurança necessária, que a genitora tenha agido com dolo ou culpa relevante penalmente".
A liberdade foi concedida sem prejuízo de reavaliação futura caso novos elementos probatórios surjam durante as investigações.
Medidas cautelares impostas
Como condição para permanecer em liberdade, Ester deverá cumprir medidas cautelares determinadas pelo juiz:
- Comparecimento mensal ao juízo por dois anos
- Proibição de sair do Rio de Janeiro por mais de 10 dias sem autorização judicial
A Polícia Civil continua investigando as causas exatas do incêndio e todas as circunstâncias que levaram à morte das crianças. Até o momento, não há provas concretas de que a mãe tenha agido de forma criminosa.