O Ministério Público do Pará (MPPA) formalizou nesta terça-feira (25) uma denúncia contra o médico Felipe Almeida Nunes por tentativa de feminicídio qualificado. O profissional da saúde é acusado de agredir e arrastar sua ex-namorada com um veículo em alta velocidade por aproximadamente 250 metros nas ruas de Belém.
Detalhes chocantes da agressão
Segundo as investigações, o caso ocorreu no mês de outubro, quando o médico teria cometido uma série de violências contra a vítima. O Tribunal de Justiça do Pará (TJPA) já recebeu a denúncia, considerando que existem indícios suficientes de autoria e materialidade dos fatos.
A vítima sofreu graves ferimentos incluindo dentes quebrados, queimaduras e múltiplas escoriações por todo o corpo. Em um documento de 40 páginas, o MPPA detalhou as agressões sofridas pela mulher, que incluem ofensas verbais, frases agressivas e comportamento descontrolado por parte do acusado.
Circunstâncias do crime
De acordo com as informações, a discussão entre o casal começou porque o médico estava embriagado e a vítima tentou impedi-lo de dirigir. Durante a briga, ela decidiu terminar o relacionamento, o que não foi aceito por Felipe.
Um vídeo que registrou parte do ocorrido mostra os dois saindo do carro e discutindo na rua. Quando a vítima retornou ao veículo para pegar uma bolsa, foi arrastada pela via. O MPPA alega que o acusado também tentou colidir o automóvel propositalmente, demonstrando intenção de causar um acidente.
Histórico do acusado e pedidos do Ministério Público
O promotor Franklin Prado detalhou que o médico é acusado de tentativa de feminicídio qualificado e injúria, com agressões verbais somadas à violência física. Em um dos episódios mais chocantes, o acusado teria usado suas próprias fezes para sujar a vítima.
Felipe Almeida Nunes já responde a um processo por violência doméstica que tramita na 5ª Vara Criminal de Belém e foi condenado em primeira instância por divulgação de conteúdo íntimo sem consentimento.
O médico foi preso em flagrante no dia 27 de outubro e permanece custodiado em uma unidade penitenciária de Marituba, na região metropolitana de Belém. O MPPA solicitou a manutenção da prisão e pediu uma indenização mínima de R$ 60 mil para reparar os danos morais e materiais sofridos pela vítima.
Segundo o Conselho Regional de Medicina do Pará (CRM-PA), Felipe formou-se pela Universidade Federal do Pará (UFPA) em 2020 e atuava na área de Medicina de Família e Comunidade antes de ser preso, com registro profissional ativo desde maio do mesmo ano.