Viúvo de cantora gospel vai a júri acusado de ser mentor de crime com 22 facadas
Marido acusado de mandar matar cantora gospel vai a júri

O Tribunal do Júri do Fórum Criminal de Dias D'Ávila, na Bahia, inicia nesta terça-feira, 25 de novembro de 2025, um dos julgamentos mais aguardados da região. Três homens acusados pelo brutal assassinato da cantora gospel Sara Freitas Mariano começam a ser julgados, incluindo seu próprio marido, Ederlan Santos Mariano, apontado como mentor intelectual do crime.

Os detalhes chocantes do feminicídio

De acordo com as investigações do Ministério Público da Bahia, o crime aconteceu no dia 24 de outubro de 2023, na entrada do povoado Leandrinho, em Dias D'Ávila, cidade localizada a 55 quilômetros de Salvador. A cantora, que possuía mais de 50 mil seguidores nas redes sociais, foi atraída para uma emboscada sob o falso pretexto de participar de um evento religioso.

Sara Mariano foi executada com extrema violência, recebendo 22 golpes de faca. Após o assassinato, os acusados ainda ocultaram e queimaram seu corpo, que só foi encontrado três dias depois do crime.

Os acusados e as acusações

Além de Ederlan Santos Mariano, marido da vítima, também respondem ao júri Weslen Pablo Correia de Jesus e Victor Gabriel Oliveira Neves. Todos os três estão presos preventivamente e enfrentam acusações de:

  • Feminicídio executado por motivo torpe
  • Uso de meio cruel sem possibilitar defesa da vítima
  • Ocultação de cadáver
  • Associação criminosa

O Ministério Público afirma que os acusados agiram de forma organizada, com divisão clara de tarefas, motivados por promessa de recompensa financeira e interesses ligados à carreira artística de um dos envolvidos.

Outro envolvido já foi condenado

Um quarto acusado, Gideão Duarte de Lima, já foi julgado separadamente e condenado em abril de 2025. Ele recebeu pena de vinte anos, quatro meses e vinte dias de prisão em regime inicial fechado pelos crimes de homicídio qualificado, ocultação de cadáver e associação criminosa.

Gideão era o motorista responsável por levar a cantora até o local distante onde ela foi emboscada e assassinada. Sua condenação representou o primeiro desfecho judicial neste caso que chocou a comunidade gospel brasileira.

Um detalhe macabro revelado durante as investigações mostra que, depois do crime, o próprio marido de Sara, Ederlan Mariano, procurou a polícia para registrar o desaparecimento da esposa. Foi durante esse contato com as autoridades que ele teria sido questionado e acabou confessando sua participação no assassinato.

O julgamento que se inicia marca mais um capítulo na busca por justiça para Sara Mariano, cuja morte violência interrompeu uma carreira musical em ascensão e deixou milhares de fãs em luto.