
Imagine o inimaginável: uma mãe que, em vez de proteger a filha, vira cúmplice do monstro dentro de casa. Foi exatamente o que aconteceu em São José do Rio Preto, interior paulista, onde a Justiça acabou de prender uma mulher por aceitar dinheiro para calar a boca sobre os crimes do próprio marido.
O caso — que parece saído de um roteiro de filme de terror — começou a desmoronar quando a adolescente, de apenas 14 anos, resolveu contar à escola sobre os abusos que sofria desde os 12. E aqui vem o pior: a mãe sabia de tudo. E pior ainda: cobrava para fazer vista grossa.
"Era como se eu estivesse sendo estuprada duas vezes"
Segundo o depoimento da vítima, a mãe chegou a receber R$ 2 mil do marido para não denunciá-lo. "Ela me olhava nos olhos e dizia que eu estava inventando", contou a garota, em frases curtas que doíam como facadas. O pai, é claro, negou tudo. Até que as provas apareceram.
Detalhe macabro: os pagamentos eram feitos em espécie, sempre depois das "visitas noturnas" do homem ao quarto da filha. A polícia encontrou anotações da mulher com valores e datas — um diário do horror escrito a canetadas de sangue frio.
Justiça age rápido (para variar)
Num raro momento de eficiência, a Justiça determinou a prisão preventiva da mãe por corrupção de menores e omissão de socorro. O marido já estava atrás das grades desde maio, quando a filha finalmente quebrou o silêncio.
- A mulher pode pegar até 8 anos de cadeia
- O homem responde por estupro de vulnerável — com pena que pode chegar a 30 anos
- O caso virou símbolo da violência doméstica que ninguém quer ver
Psicólogos que acompanham a vítima dizem que o trauma da traição materna pode ser mais difícil de superar que o próprio abuso. "Quando quem devia te proteger é cúmplice, a ferida fica eternamente aberta", explica uma terapeuta que prefere não se identificar.
Enquanto isso, nas redes sociais, o caso virou polêmica. Alguns questionam: "Cadê a família dessa menina?" Ironia cruel — a família era justamente o perigo. E agora, resta torcer para que a Justiça faça o mínimo que se espera: jogar a chave bem longe desses dois.