
O caso é daqueles que deixam qualquer um perplexo. Roberto, um nome comum para um crime tão incomum. A sentença veio carregada de adjetivos fortes - coisa rara nos tribunais, onde a linguagem costuma ser mais técnica, mais contida.
Mas o juiz não se conteve. Como poderia? O motivo do crime foi classificado como "ignóbil e repulsivo" - duas palavras que pesam como pedras no papel oficial do Tribunal de Justiça do Paraná.
O que levou um homem a cometer tamanha barbaridade?
Ciúmes. Sim, apenas ciúmes. Daqueles doentios, que corroem por dentro e transformam amor em ódio. Roberto não suportava a ideia de que Cláudia, sua ex-companheira, pudesse seguir em frente. A vida dela continuando sem ele era uma afronta insuportável.
E foi assim, movido por esse sentimento torpe, que em 2021 ele cometeu o irreparável. Matou Cláudia a facadas - um final brutal para uma história que já havia terminado.
A sentença que ecoa além dos tribunais
Dezoito anos de prisão. É o que Roberto vai cumprir, inicialmente em regime fechado. A decisão da 2ª Câmara Criminal manteve a condenação, fechando as portas para qualquer esperança de recurso bem-sucedido.
O que chama atenção - e muito - é a linguagem utilizada pelo magistrado. "Motivo ignóbil e repulsivo" não é algo que se ve todo dia em documentos judiciais. Parece que o juiz quis deixar claro, para a sociedade e para a história, a natureza especialmente condenável do crime.
E pensar que tudo começou com uma relação que já havia acabado... Cláudia seguira em frente, reconstruíra sua vida. Roberto, não. O passado tornou-se sua prisão particular antes mesmo de chegar à cela.
Um alerta sobre violência doméstica
Casos como este servem de triste lembrete. A violência contra a mulher muitas vezes surge onde menos se espera - em relacionamentos que já terminaram, em ciúmes que persistem como fantasmas.
A sentença, embora não traga Cláudia de volta, estabelece um precedente importante. Mostra que a Justiça está atenta à gravidade desses crimes passionais, que tantas vidas destroem.
Roberto agora cumpre sua pena. Cláudia tornou-se estatística - uma entre muitas. Mas sua história, graças à firmeza do juiz, ganhou contornos que talvez ajudem a prevenir futuras tragédias.