
Era pra ser mais uma sexta-feira comum no movimentado posto de combustíveis na PE-145, em Caruaru. O sol já batia forte quando, por volta das 9h da manhã, a rotina pacata virou um pesadelo. Quem estava lá nunca mais vai esquecer o que viu.
Aos 28 anos, Maria Eduarda da Silva — Duda, como era conhecida — atendia os clientes com seu sorriso característico. Ninguém imaginava que o ex-companheiro, um homem de 32 anos cujo nome a polícia ainda não divulgou, estava prestes a cometer uma barbaridade que deixaria a cidade em choque.
O momento do crime
As câmeras de segurança — aquelas testemunhas silenciosas que sempre captam tudo — registraram cada segundo aterrorizante. O sujeito chegou como quem não quer nada, mas a expressão dura no rosto já denunciava suas intenções. Sem trocar uma única palavra, sacou a arma e disparou. Não foi um tiro, foram vários.
Duda nem teve tempo de reagir. Caiu ali mesmo, no local onde trabalhava honestamente há anos. Os clientes que estavam abastecendo seus carros ficaram paralisados — primeiro pelo susto, depois pelo horror. Alguns correram para se proteger, outros gritaram. O barulho dos tiros ecoou pela redondeza como trovões num dia de céu azul.
Fuga e captura
O assassino, sabendo muito bem o que havia feito, não perdeu tempo. Fugiu correndo, deixando para trás o caos e uma vida interrompida brutalmente. Mas essa história de impunidade durou pouco — muito pouco, na verdade.
A Polícia Militar, alertada pelos inúmeros chamados de pânico, fez uma busca rápida e eficiente. Em questão de minutos — você está lendo direito: minutos —, encontraram o homem escondido num terreno baldio nas proximidades. A arma do crime? Estava com ele, é claro. Parece que nem se deu ao trabalho de se livrar da prova mais óbvia.
Histórico que ninguém ouviu
Aqui é que a coisa fica ainda mais revoltante. Vizinhos e conhecidos da vítima contaram — com aquela voz trêmula de quem ainda não acredita no que aconteceu — que Duda já havia sofrido ameaças anteriores desse mesmo homem. Ela tinha, sim, medida protetiva. Aquela proteção no papel que, infelizmente, não conseguiu protegê-la na vida real.
O casal já tinha terminado fazia tempo, mas ele não aceitava. Aquele ciúme doentio, essa posse que alguns homens acham que têm sobre as mulheres — mesmo depois que tudo acabou — foi o que levou a essa tragédia anunciada.
O que fica depois da tragédia
Enquanto o assassino agora responde pelo feminicídio — porque é isso mesmo, não foi "crime passiona", foi feminicídio, vamos chamar as coisas pelos nomes — a família de Duda tenta entender o inexplicável.
O caso está sob investigação da Delegacia de Homicídios, mas convenhamos: as câmeras mostram tudo, as testemunhas viram tudo, o homem foi preso no flagrante. O que mais precisa ser investigado? Talvez o porquê de uma sociedade que ainda não consegue proteger suas mulheres.
Caruaru hoje está de luto. E não é exagero dizer isso. Perdeu uma trabalhadora, uma filha, uma mulher que merecia viver. Enquanto isso, nos postos de combustível da cidade, as frentistas trabalham com um olho no abastecimento e outro na porta, torcendo para que a próxima pessoa que entrar não seja seu algoz.