Tragédia em Agrestine: Ex-companheiro assassina frentista a tiros em posto de combustível
Frentista assassinada pelo ex em posto de Agrestine

Era pra ser mais um dia comum no posto de combustíveis, o sol batendo forte no asfalto da PE-103, em Agrestine. Maria José da Silva, 38 anos, atendia os clientes com aquela simpatia que já era sua marca registrada. Ninguém imaginaria que horas mais tarde aquele local se tornaria palco de uma cena de horror.

Por volta das 14h30 de domingo, o silêncio da tarde foi quebrado por tiros. E não eram tiros de festa junina adiantada, não. Eram disparos secos, precisos, vindos das mãos de quem ela um dia chamou de companheiro.

O horror em plena luz do dia

Testemunhas contam que Edson Muniz, 41 anos, chegou ao posto como quem vai comprar um refrigerante. Mas a frieza nos olhos denunciava outras intenções. Ele não veio conversar, não veio discutir. Veio executar.

Maria José mal teve tempo de reagir. Três tiros certeiros, e a vida dela se esvaiu ali mesmo, no chão de concreto do local onde ganhava seu sustento. O que passa pela cabeça de um homem pra fazer algo assim? É de se perguntar.

Fuga e captura

Edson não esperou pelos gritos, pelo pânico que se instalou. Fugiu como um covarde, deixando pra trás o corpo da mulher e uma história de violência que vinha se arrastando há tempos.

Mas a justiça - ainda que tardia - acabou por alcançá-lo. Horas depois do crime, a Polícia Militar prendeu o assassino no distrito de Lajedo do Robato, em Lajedo. Ele estava escondido, é claro. Quem comete uma barbaridade dessas geralmente não tem coragem de encarar as consequências.

Um passado de ameaças

O que ninguém conta direito é que essa tragédia era quase uma tragédia anunciada. Maria José já tinha registrado boletim de ocorrência contra Edson por ameaça. Ela sabia do perigo, tentou se proteger, buscou ajuda. Mas o sistema - sempre lento, sempre burocrático - falhou com ela.

E agora? Agora restam as lágrimas dos familiares, a revolta dos amigos, e mais um nome na lista assustadoramente longa de vítimas da violência doméstica no Brasil.

O que fica pra família

Maria José deixa três filhos. Três jovens que terão que aprender a viver com a ausência da mãe e com a brutalidade da forma como ela partiu. Como explicar isso pra uma criança? Como seguir em frente depois de uma perda tão violenta?

Enquanto isso, Edson aguarda na cadeia a ação da Justiça. Ele vai responder por feminicídio, um crime que infelizmente se repete com frequência assustadora no nosso país.

E a gente fica aqui pensando: quantas Marias ainda vão morrer antes que a sociedade acorde de vez pra essa guerra silenciosa contra as mulheres? A pergunta fica no ar, amarga e urgente.