MPMG denuncia homem por feminicídio de motorista de aplicativo
O Ministério Público de Minas Gerais formalizou na quarta-feira (19) a denúncia contra Romário dos Santos Cruz pelo feminicídio da motorista de aplicativo Vanessa Jussara da Silva, de 38 anos. O crime aconteceu em Uberlândia e chocou a comunidade local.
Segundo as investigações, o motivo do assassinato foi ciúmes e sentimento de posse por parte do acusado, que mantinha um relacionamento amoroso com a vítima. Romário agora responde na Justiça pelos crimes de feminicídio e ocultação de cadáver.
Detalhes cruéis do crime
As investigações da Polícia Civil, concluídas em 20 de outubro, revelaram que o crime ocorreu no dia 5 de outubro. Vanessa estava bebendo na casa do namorado quando os dois discutiram. Durante a briga, Romário a asfixiou com as próprias mãos e depois utilizou uma corda de varal para garantir a morte da companheira.
O delegado Carlos Fernandes, responsável pelo caso, detalhou que após cometer o crime, o acusado colocou o corpo da vítima no porta-malas do próprio carro dela e dirigiu por aproximadamente 14 quilômetros antes de abandonar o veículo na estrada.
O carro só foi localizado no dia 9 de outubro, quando a morte de Vanessa foi confirmada. Romário, de 34 anos, chegou a confessar o crime após ser preso.
Histórico de violência e tentativa de álibi
A família da vítima relatou à polícia que o relacionamento do casal era marcado por constantes brigas e agressões. Em agosto deste ano, já havia sido registrado um boletim de ocorrência na Delegacia da Mulher após uma discussão entre os dois.
Lígia Kátia Silva, irmã de Vanessa, contou ao g1 que toda a família alertava a motorista sobre os perigos da relação. "Não só eu como a família toda também falava para ela não ficar com ele, se afastar dele, porque eles brigavam muito", disse a comerciante.
Após o crime, Romário tentou criar um álibi enviando mensagens para o celular da vítima para despistar as investigações. Ele também abandonou a casa onde morava e se escondeu na zona rural, onde foi localizado e preso pela polícia.
Busca pela justiça
O desaparecimento de Vanessa foi registrado pela família no dia 7 de outubro, após três dias sem notícias. Os parentes receberam um alerta de uma vizinha no dia 8 sobre comportamentos suspeitos do namorado da vítima, que estaria cavando um buraco e com vestígios de sangue no quintal.
Além de pedir a condenação do acusado, o Ministério Público solicitou uma indenização mínima de R$ 50 mil pelos danos causados, valor que deverá ser pago aos sucessores da vítima, incluindo suas duas filhas, de 10 e 19 anos.
Vanessa era natural de Piumhi, no Centro-Oeste de Minas, mas morava em Uberlândia desde criança. Ela residia no Bairro Novo Mundo com suas duas filhas e mantinha uma relação próxima com a irmã, mesmo após esta se mudar para Araguari.
