Tentativa de feminicídio em Olivença: ex atropela e agride mulher de 29 anos
Ex atropela e agride mulher em tentativa de feminicídio

Mulher sobrevive a atropelamento e agressão do ex-companheiro

Uma jovem de 29 anos, identificada como Válbya Carla, foi vítima de uma grave tentativa de feminicídio no município de Olivença, localizado no Sertão de Alagoas. O crime, ocorrido no domingo (30), foi praticado pelo seu ex-companheiro, Maciel Souza, de 24 anos.

A vítima, que é mãe de dois filhos – sendo um deles, de apenas 1 ano e 3 meses, fruto do relacionamento com o agressor –, foi socorrida graças à intervenção de um vizinho. Maciel Souza foi preso em flagrante e, posteriormente, teve a prisão convertida em preventiva.

Crime foi premeditado e contou com ameaças anteriores

De acordo com a advogada da vítima, Júlia Nunes, Válbya já temia pela própria vida e, por precaução, pediu a companhia de um conhecido para voltar para casa. Os dois seguiam de motocicleta quando foram surpreendidos pelo agressor, que dirigia um carro.

“Ele jogou o carro sobre ela e sobre o homem que a acompanhava. Valbya caiu desacordada e ele colocou-a dentro do carro, levou-a para casa e só parou as agressões quando foi interrompido por um vizinho”, relatou a advogada.

A mãe de Válbya conseguiu acionar a Polícia Militar, que prendeu Maciel em flagrante. O caso revela um histórico de violência e ameaças. Prints de conversas mostram mensagens do agressor para a vítima, incluindo uma em que ele diz: "Você merece 80 murros. 'Né' 60, não." Em outra mensagem, ele a xinga e ordena que ela vá para casa.

Histórico de violência silenciado pelo medo

A defesa da vítima destacou que ela já vivia um relacionamento abusivo marcado por violência física, mas nunca formalizou uma denúncia. “Valbya é uma jovem mãe que, como tantas outras mulheres, já vivia um relacionamento abusivo. Inclusive, já tinha sido vítima de violência física diversas vezes, mas silenciou, nunca denunciou por medo de ser assassinada”, declarou Júlia Nunes.

Durante a audiência de custódia realizada na segunda-feira (1º), o Ministério Público, representado pelo promotor Thiago Riff, contestou a classificação inicial do caso como lesão corporal. O juiz homologou a prisão em flagrante e a converteu em preventiva, reconhecendo o risco iminente que o agressor representa para a vítima e para a sociedade.

Em sua defesa, o suspeito alegou uso de álcool e drogas. A advogada da vítima rebateu: “Se ele usou droga e álcool para cometer o crime, isso pode agravar ainda mais sua pena. Não há desculpas para violência contra a mulher”.

A vítima segue em processo de recuperação. O caso está sendo investigado como tentativa de feminicídio e continua sob apuração das autoridades.