
O coração de Ilha Solteira parece ter parado de bater nesta segunda-feira. Literalmente. Em frente à delegacia da cidade, um grupo de amigos e familiares se reuniu numa vigília que mais parecia um grito silencioso — um daqueles que doem na alma.
E não é pra menos. A razão de tanta angústia? O desaparecimento de uma estudante trans que simplesmente… evaporou. Sumiu do mapa. E olha que estamos falando de uma pessoa conhecida, querida pela comunidade.
A situação é tensa — e me perdoem a franqueza, mas tem hora que o protocolo tem que dar lugar à emoção. parentes contam que a jovem não dá notícias desde a semana passada, e desde então, o desespero só aumenta.
Noite de vigília e solidariedade
Velas acesas, cartazes com fotos sorridentes e abraços que falam mais que mil palavras. A cena em frente à delegacia era ao mesmo tempo triste e bonita de se ver — se é que a tragédia pode ter beleza.
"A gente não vai descansar enquanto não tiver respostas", disse uma amiga próxima, com a voz embargada. E dá pra entender: quando alguém some assim, do nada, é como se o chão sumisse debaixo dos pés de todo mundo.
O que mais me pega nesses casos — e olha que já cobri muitos — é o tempo. Cada minuto que passa é uma eternidade quando você não sabe onde está quem você ama.
As investigações correm… mas será que correm o suficiente?
A Polícia Civil confirmou que está investigando o caso, mas — sempre tem um "mas", né? — detalhes sobre as buscas são poucos. Muito poucos.
Familiares relatam que fizeram boletim de ocorrência imediatamente, mas a sensação é que as coisas poderiam estar andando mais rápido. Sem querer criticar ninguém, mas… é, talvez criticando mesmo. Porque quando é a nossa família, a gente quer tudo pra ontem.
E não me venham com discurso de que é só mais um desaparecimento — cada vida importa, e essa importa muito.
O contexto que preocupa
Aqui vem a parte que deixa tudo mais complicado: a vítima é uma pessoa trans. E num país como o nosso, onde a violência contra a comunidade LGBTQIA+ é assustadora, o desaparecimento ganha contornos ainda mais sombrios.
Não estou dizendo que foi crime de ódio — até porque não sabemos nada ainda — mas a possibilidade paira no ar como uma névoa pesada. E isso assusta.
Amigos da estudante destacam seu envolvimento com a comunidade local e seu ativismo pelos direitos trans. Coisa de gente boa, sabe? Daquelas que fazem a diferença.
E agora? Agora é esperar. Rezar. Fazer barulho. Porque sometimes, o silêncio é o pior inimigo.
A vigília continua, assim como a esperança — teimosa, resistente — de que tudo vai terminar bem. Porque tem que terminar.