
O que começou como mais um dia comum em Vitória terminou em uma cena de horror que chocou o estado inteiro. Alice Alves Silva, uma garotinha de apenas 11 anos, foi encontrada morta dentro de um veículo na reta da Penha — vítima de um ataque brutal que parece ter motivações tão sombrias quanto o crime em si.
Quatro suspeitos já estão atrás das grades, é o que confirma a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp). Dois deles, adolescentes, foram apreendidos e encaminhados para unidades socioeducativas. Os outros dois, maiores de idade, foram presos em flagrante e já respondem pelo homicídio qualificado.
A trama que levou à morte de Alice parece saída de um roteiro de violência urbana que infelizmente virou rotina em algumas partes do país. Tudo indica — e aqui a gente se pergunta até onde vai a crueldade humana — que a execução da menina foi uma represália, uma resposta violenta ao assassinato de um integrante de facção rival dias antes.
Os nomes por trás das grades
Os adultos presos são identificados como:
- Lucas da Silva Santos, 21 anos
- João Vitor Ferreira Barreto, 20 anos
Já os dois adolescentes, com 16 e 17 anos, tiveram identidades preservadas pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mas seguem sob custódia do estado.
E não para por aí. A polícia ainda busca um quinto envolvido, apontado como o autor material do disparo que matou Alice. Ele continua foragido — e a sensação é que a cidade só vai respirar aliviada quando essa última peça do quebra-cabeça for encontrada.
Um crime que expõe feridas profundas
O que mais corta o coração nessa história toda — além do óbvio — é que Alice não era alvo. Tudo indica que ela estava no lugar errado, na hora mais errada possível. O carro onde estava foi metralhado, e a bala que a atingiu na cabeça não deixou chances.
O delegado Geraldo Almeida, que comanda as investigações, não tem dúvidas: foi uma execução. E daquelas que carregam recado. “Temos fortes indícios de que o crime está ligado a acertos de contas entre facções”, disse ele, com a seriedade de quem já viu cenas assim antes.
O veículo onde o corpo de Alice foi encontrado é um Fiat Mobi de cor branca. O dono do carro, parente da menina, não sofreu ferimentos — mas carrega agora outro tipo de dor, daquelas que não saem no laudo do IML.
E aí? O que resta é a esperança — frágil, mas existente — de que a justiça consiga não só prender os responsáveis, mas dar algum tipo de alento à família de Alice. Uma família que hoje junta os cacos de uma vida interrompida pela violência que insiste em ditar as regras nas periferias do Brasil.