
A notícia chegou como um soco no estômago para quem mora em Uberlândia. Naquela quinta-feira, dia 10, o que começou como mais um dia comum terminou em tragédia. Uma motorista de aplicativo — mulher, mãe, trabalhadora — foi encontrada sem vida dentro do próprio carro.
O veículo estava abandonado num bairro residencial da cidade, longe do movimento habitual. Vizinhos, aqueles que sempre observam a rotina da rua, estranharam o carro parado há horas. O cheiro, dizem, era o que mais chamava atenção. Um odor pesado, diferente, que não combinava com o ar matinal.
Quem era a mulher por trás do volante?
Ela não era apenas "mais uma motorista". Tinha nome, história, sonhos interrompidos. Trabalhava com transporte por aplicativo há tempos, uma dessas pessoas que viram a madrugada para garantir o sustento da família. Conhecida pelo sorriso fácil — mesmo nas corridas mais difíceis — sempre tinha uma palavra amena para os passageiros.
Morava sozinha, mas mantinha contato diário com parentes. Foi essa ligação que não vezer que acendeu o primeiro alerta. Quando não atendia o telefone, a família começou a se desesperar. Algo estava errado, sentiam no peito.
O desenrolar dos fatos
A Polícia Militar chegou ao local por volta das 8h da manhã, mas a cena já estava fria. O carro, um modelo popular bem conservado, estava com os vidros fechados. Lá dentro, o que encontraram foi o pesadelo de qualquer família: o corpo da mulher, já em estado avançado de decomposição.
Os peritos trabalharam por horas no local. Nada parecia ter sido roubado — nem o carro, nem pertences pessoais. Esse detalhe, entre outros, deixou mais perguntas que respostas. O que teria acontecido naquela noite? Quem faria algo assim com uma trabalhadora?
Uma cidade em alerta
Uberlândia não é mais a mesma depois desse caso. Quem dirige por aplicativo — e são muitos — está com o coração na mão. As conversas nos grupos de WhatsApp fervilham com teorias e medos. Alguns já pensam em desistir da profissão, outros falam em comprar equipamentos de segurança.
É aquela sensação de "poderia ter sido comigo" que corre pela cidade. A violência, que antes parecia distante, bateu à porta de forma cruel e inexplicável.
O Departamento de Homicídios assumiu as investigações, mas até agora — pasmem — não há suspeitos. Nenhum nome, nenhuma pista concreta. A família aguarda respostas que parecem demorar uma eternidade para chegar.
Enquanto isso, a vida segue. Mas com um gosto amargo na boca e a lembrança de uma mulher que saiu para trabalhar e nunca mais voltou para casa.