Era para ser mais uma terça-feira comum, dessas que passam sem deixar marcas. Mas o dia 8 de outubro de 2025 vai ficar gravado a ferro e fogo na memória de uma família de Araxá. Por volta das 13h, quando o sol ainda castigava as ruas da cidade, a rotina transformou-se em pesadelo.
Um menino de apenas quatro anos — sim, quatro primaveras apenas — caminhava pela Rua Professor Jacy de Figueiredo, no bairos São Geraldo. Estava acompanhado de sua babá, como sempre acontecia após o período escolar. O que ninguém podia prever era que aquele trajeto curto, feito tantas vezes, seria o último.
O momento do impacto
Testemunhas contam que tudo aconteceu num piscar de olhos. Um ônibus do transporte público, daqueles que vemos passar o dia todo sem dar muita atenção, realizava uma manobra de retorno. E foi nesse movimento aparentemente rotineiro que a tragédia se consumou.
O motorista — carregando o peso de dezenas de passageiros — simplesmente não viu o garotinho. O veículo pesado atingiu a criança, que não teve chance contra as toneladas de metal.
Corrida contra o tempo
O socorro foi acionado imediatamente. A equipe do Samu chegou rápido, muito rápido até. Mas algumas batalhas já estão perdidas antes mesmo de começarem. Os paramédicos fizeram de tudo, eu ouvi dizer que tentaram cada procedimento possível. Mas a lesão cerebral era simplesmente... irreversível.
Transportaram a criança para a Santa Casa de Araxá. Na UTI, médicos especialistas travaram uma luta silenciosa e técnica contra a morte. Monitoramentos, medicamentos, procedimentos — a ciência médica empregou todo seu arsenal. Mas há feridas que nem a medicina mais avançada consegue suturar.
As consequências de um instante
O motorista do ônibus, um homem cujo nome ainda não foi divulgado, está sob custódia da Polícia Militar. Vai responder pelo ocorrido, é claro. Mas isso é o de menos, se é que me entendem.
Enquanto isso, a 15ª Delegacia de Polícia de Araxá já abriu inquérito para apurar as circunstâncias exatas do acidente. Especialistas em trânsito devem examinar o local, o veículo, as condições da via. Tudo para entender como um retorno de ônibus — manobra tão comum — pode terminar de forma tão catastrófica.
Reflexão necessária
Incidentes como esse nos fazem pensar, não é mesmo? Sobre quantas vezes cruzamos distraídos pelas ruas, sobre como confiamos cegamente na atenção alheia no trânsito. Sobre como a vida pode mudar — ou terminar — em questão de segundos.
Araxaenses estão em choque. Nas redes sociais, nas esquinas, nos pontos de ônibus: só se fala nisso. Uma tragédia que poderia ter acontecido com qualquer família, em qualquer bairro, em qualquer cidade brasileira.
Restam as perguntas sem resposta, a dor sem consolo, e o vazio deixado por uma criança que partiu cedo demais. Muito cedo.
