
Era para ser um gesto de bondade, mas se transformou num pesadelo. Na última quinta-feira, uma cena que começou com aparente piedade terminou com a polícia sendo acionada para uma ocorrência que deixa qualquer um de cabelo em pé no bairro Muçumagro, na região metropolitana de João Pessoa.
Um homem — cujo nome a gente ainda não pode revelar — bateu na porta de uma senhora de 74 anos. Disse que vinha em nome de Deus, que queria apenas fazer uma oração. A idosa, de coração aberto como muita gente daquela geração, permitiu a entrada.
Da fé ao crime em segundos
O que aconteceu depois é difícil de digerir. Em vez de rezar, o sujeito — pasmem — agarrou a idosa e tentou abusar sexualmente dela. A sorte é que a mulher reagiu com uma força que nem ela mesma sabia que tinha. Gritou, se debateu, e conseguiu afastar o agressor.
Os vizinhos, ouvindo o barulho, correram para ajudar. Alguns dizem que o cara tentou fugir, mas foi contido até a polícia chegar. A cena era de caos completo na pacata rua do bairro.
A decisão judicial que deixou todos boquiabertos
Agora vem a parte que tá deixando todo mundo com a pulga atrás da orelha. O indivíduo foi preso em flagrante, é claro. Mas aí a Justiça... ah, a Justiça às vezes nos prega peças que a gente não entende.
O juiz plantonista da Capital, depois de analisar o caso, simplesmente liberou o sujeito. Sim, você leu certo. O homem acusado de tentar violar uma senhora de 74 anos — usando a fé como isca — está solto por aí.
A decisão veio com uma daquelas justificativas que faz a gente coçar a cabeça: não teria havido «violência ou grave ameaça» durante o crime. Sério mesmo?
O que diz a lei
Pelo que apurei, o tal artigo 213 do Código Penal — que trata desse tipo de crime — exige mesmo violência ou grave ameaça para manter a prisão. Mas convenhamos: uma mulher de 74 anos, sozinha em casa, com um estranho que se infiltrou sob pretexto religioso... isso não configura ameaça?
Parece que a lei às vezes vive num mundo paralelo ao nosso. A defensoria pública até tentou argumentar que o homem era «primário e tinha residência fixa», mas cadê o bom senso nessa história toda?
A comunidade não engoliu a decisão
Quem mora no Muçumagro tá com medo. E com razão. «A gente fica inseguro dentro da própria casa», me contou uma vizinha que preferiu não se identificar. «Como confiar em quem bate na porta oferecendo oração depois disso?»
O caso tá rodando as redes sociais e os grupos de WhatsApp da região. A revolta é geral. Muita gente se pergunta que tipo de mensagem a Justiça está passando quando solta um sujeito desses.
Enquanto isso, a idosa — a verdadeira vítima dessa história — segue tentando superar o trauma. Imagina a sensação de violação, de ter sua confiança quebrada da maneira mais vil possível.
E o «homem de oração»? Está por aí, solto. A Justiça determinou que ele não pode se aproximar da vítima, mas e o resto da comunidade? E as outras idosas que moram sozinhas na região?
Perguntas que, por enquanto, ficam sem resposta. O caso continua sob investigação, mas o estrago — na confiança da comunidade, na sensação de segurança — já está feito.