Tragédia em Teresina: Inquérito Concluído Sobre Morte de Alice, 4 Anos, Dentro de Escola
Inquérito concluído sobre morte de Alice, 4 anos, em escola

O silêncio que se seguiu ao grito ainda ecoa pelos corredores daquela escola. Uma tragédia que paralisou Teresina e deixou marcas profundas na alma de quem acompanhou o desenrolar dos fatos. A polícia do Piauí acaba de fechar um capítulo crucial no caso Alice Brasil - mas, para a família, a dor permanece intacta.

Francisco Araújo, delegado à frente das investigações, não esconde a comoção. "Na minha trajetória de mais de duas décadas na polícia, poucas cenas me atingiram com tanta força", confessou, com a voz levemente embargada. O laudo pericial trouxe à tona detalhes que só aumentam o peso dessa história: a pequena Alice, de apenas quatro anos, foi encontrada sem vida no banheiro feminino do colégio particular onde estudava.

O Dia que Mudou Tudo

Era uma terça-feira comum até deixar de ser. Por volta das 11h da manhã do dia 27 de agosto, o mundo da família Brasil desabou. A menina, que deveria estar brincando ou aprendendo as primeiras letras, foi localizada em circunstâncias que nem mesmo os investigadores mais experientes conseguem digerir facilmente.

O que aconteceu exatamente naquele banheiro? Como uma criança tão pequena ficou sozinha tempo suficiente para que o pior acontecesse? São perguntas que martelam na cabeça de todos - e que o inquérito policial, agora concluído, tenta responder.

Investigação Minuciosa

A polícia foi implacável na apuração. Reuniu um quebra-cabeça de depoimentos, examinou cada centímetro do local através de perícia criminal e analisou imagens de câmeras de segurança. O delegado Araújo adianta que o relatório final, com mais de 100 páginas, será enviado à Justiça nos próximos dias.

"Não vamos poupar esforços para esclarecer cada minuto daquele dia", garantiu o delegado, cuja equipe trabalhou contra o relógio - e contra a própria emoção.

E Agora?

Enquanto a burocracia judicial segue seu curso, a comunidade escolar tenta retomar algum vestígio de normalidade. Difícil, muito difícil. Como confiar novamente em um lugar onde uma criança perdeu a vida de maneira tão abrupta?

Os pais de Alice - cujo rosto sorridente agora estampa cartazes de protesto e velas memoriais - aguardam respostas. Justiça. E talvez algum tipo de paz que sabem ser quase inatingível.

O caso Alice Brasil se tornou mais que uma notícia policial. Transformou-se em um alerta brutal sobre segurança escolar, supervisão infantil e naquelas perguntas que preferiríamos nunca precisar fazer: até que ponto confiamos nossas crianças aos outros? E que preço se paga quando essa confiança é quebrada?