Não é sempre que uma ocorrência de rotina vira um daqueles casos que ficam na memória – e na consciência – de uma cidade inteira. Mas foi exatamente isso que aconteceu na noite dessa segunda-feira (25), num cantão qualquer de Piracicaba.
Tudo começou com um chamado, desses que chegam todo santo dia ao 190. Algo sobre um homem precisando de ajuda. Nada muito específico, sabe como é? Mas a guarnição seguiu o protocolo e foi checar. E o que encontraram não era nada rotineiro.
Lá estava ele. Um senhor de 52 anos – que a gente nem imagina a história de vida – completamente acamado. E não era uma situação recente, não. Dava pra ver pelas condições do lugar, pela falta do básico, pelo abandono escancarado. Uma daquelas cenas que a gente pensa: 'numa cidade como a nossa, isso ainda acontece?'. Pois acontece.
Os Detalhes que Chocam
A vítima, cuja identidade foi preservada, estava impossibilitada de se mover sozinha. Totalmente dependente. E o pior: sem os cuidados mínimos que qualquer ser humano merece. A questão dos maus-tratos foi levantada ali mesmo, na hora, pelos PMs. Não era só abandono, era algo mais grave.
O que leva uma pessoa a chegar nesse ponto? A pergunta ficou no ar. Familiares? Vizinhos? Ninguém viu, ninguém soube? Difícil de engolir.
Os policiais, pra sua sorte, não viraram as costas. Fizeram o que era preciso: acionaram o SAMU na hora. Era necessário um atendimento especializado, urgente. A situação era delicada demais.
E Agora, José?
O homem foi levado para o Hospital dos Fornecedores de Cana (HFCC). Lá, os profissionais de saúde puderam enfim avaliar o estrago. Desidratação, provável desnutrição, feridas... o pacote completo do descaso.
Enquanto isso, a Polícia Militar não encerrou o caso com o resgate. Abriu um inquérito. Alguém vai ter que responder por isso. A Delegacia de Defesa da Mulher, do Idoso e da Pessoa com Deficiência (DDM) de Piracicaba assumiu a investigação. E olha, vão fuçar a fundo. Prometeram.
Esse tipo de coisa me faz pensar. Será que a gente, como sociedade, está mesmo olhando pros lados? Prestando atenção nos mais frágeis? Às vezes um simples 'oi' para um vizinho mais quieto pode fazer toda a diferença. Fica a reflexão.
O caso agora está nas mãos da justiça – e, quem sabe, na consciência de todos nós.
