
Era um esquema tão cruel quanto eficiente. Enquanto a maioria de nós se preocupa com contas a pagar e o trânsito caótico, um grupo de criminosos agia nas sombras, mirando um alvo específico: pessoas idosas. A notícia que chega de São José do Rio Preto é, ao mesmo tempo, alarmante e aliviadora.
Sim, aliviadora porque a polícia acabou de desmantelar essa organização que aterrorizava idosos. A operação aconteceu nesta segunda-feira (13) e resultou na prisão de quatro integrantes do grupo. Acredite se quiser - eles são acusados de participar de mais de trinta golpes aplicados contra essa parcela tão vulnerável da população.
Como funcionava a artimanha
O modus operandi era simplesmente repugnante. Os criminosos se passavam por funcionários de uma empresa de energia elétrica. Chegavam nas residências dos idosos com toda a cara de pau - uniformes falsos, crachás que não valiam nada e uma lábia afiada.
Diziam que havia uma 'dívida pendente' na conta de luz. Uma quantia que, segundo eles, precisava ser paga imediatamente para evitar o corte de energia. A pressão psicológica era enorme. Muitas vítimas, assustadas com a possibilidade de ficar sem luz, acabavam cedendo.
O pior? Eles aceitavam apenas dinheiro vivo. Nem cartão, nem cheque - só notas mesmo. E os valores variavam absurdamente: de R$ 800 a incríveis R$ 15 mil por golpe. Faz as contas aí - estamos falando de um prejuízo total que beira os R$ 500 mil. Uma fortuna que sumiu das mãos de quem mal pode se defender.
A investigação que não descansou
Detalhe importante: as investigações começaram lá atrás, em agosto do ano passado. A Delegacia de Investigações Gerais (DIG) não largou o osso. Foram meses colhendo depoimentos, analisando imagens de câmeras de segurança, cruzando dados.
E o trabalho rendeu frutos. A polícia identificou não apenas os quatro presos, mas outros dois envolvidos que continuam foragidos. A caça continua, pode ter certeza.
Os mandados de prisão foram cumpridos em dois pontos diferentes da cidade. Um no Jardim Altos de Rio Preto, outro no Residencial dos Ipês. Dois mundos separados por quilômetros, unidos pela mesma ganância.
O que acontece agora?
Os presos vão responder por estelionato - e olha, a lista de crimes não é pequena. A polícia acredita que o grupo possa estar por trás de ainda mais casos que nem foram denunciados. É aquela velha história: muitos idosos sentem vergonha de admitir que caíram em um golpe, ou simplesmente temem represálias.
Enquanto isso, os dois que continuam soltos são considerados foragidos. A polícia pede que qualquer informação sobre eles seja repassada imediatamente às autoridades.
No fim das contas, essa operação serve como um alerta para todos nós. Idosos precisam de proteção redobrada - e de orientação constante sobre esse tipo de artimanha. Porque enquanto houver gente disposta a explorar a vulnerabilidade alheia, precisaremos estar atentos. Muito atentos.