Um vídeo gravado horas antes da tragédia mostra Gael Esteves de Morais, de 7 anos, brincando feliz com sua amiga Antonella, de 6 anos, na escola onde estudava em Campinorte, no norte de Goiás. As imagens, que circularam nas redes sociais, registram os últimos momentos de alegria do menino antes de ser vítima fatal de uma emboscada na sexta-feira (7).
A amizade especial na sala de aula
De acordo com a professora Lucilene Aparecida dos Santos, que acompanhava a turma de Gael, o menino tinha uma relação muito especial com Antonella, que tem síndrome de Down. "Era um menino incrível, super inteligente, sabia ler e escrever e estava sempre brincando, sorrindo", descreveu a educadora em entrevista ao g1.
Lucilene contou que a amizade entre os dois se fortaleceu depois de um desfile cívico em outubro, e desde então "viraram um grude só". A professora destacou o companheirismo de Gael, que naturalmente assumia o papel de protetor da amiga.
O cuidado diário com a colega
Segundo relatos da professora, Gael tinha uma sensibilidade incomum para uma criança de sua idade. Quando Antonella estava agitada, triste ou muito apegada a ele, eu o deixava sentar ao lado dela, contou Lucilene.
O menino também demonstrava atenção especial à sensibilidade auditiva da amiga. "Se não resolvesse, ele abria a mochila dela, pegava o abafador e colocava nela", relatou a professora, emocionada.
A tragédia que chocou a cidade
Na sexta-feira (7), Gael morreu após ser baleado em uma emboscada em Campinorte. Segundo investigações da Polícia Civil, o alvo dos criminosos era o padrasto do menino, dono de uma hamburgueria local.
De acordo com o tenente Neimar, os suspeitos ligaram pedindo um lanche e marcaram a entrega em um local afastado. "Quando ele chegou nesse local, eles já estavam ali escondidos no mato. Quando ele se aproximou com a moto, já efetuaram os disparos", explicou o policial.
A motivação do crime seria uma disputa entre facções. Enquanto o padrasto foi levado para o Hospital Municipal de Campinorte e depois transferido para o Hospital Regional de Uruaçu, a mãe da criança não estava no local do crime, tendo ficado na hamburgueria.
A escola onde Gael estudava realizou uma homenagem ao menino, lembrando sua personalidade alegre e sempre disposta a ajudar. "Estava sempre sorrindo e pronto para ajudar no que era do alcance dele", resumiu a professora Lucilene.
