
Às vezes a vida prega peças que ninguém merece. E o Francisco Edvan da Silva, um fortalezense de 38 anos, sabe disso como poucos. Tudo aconteceu num daqueles dias comuns, desses que começam normal e terminam mudando tudo para sempre.
Era 2014. Ele trabalhava como vigilante — ironia do destino, né? — quando foi confundido com um criminoso. Sem chance de explicação, levou quatro tiros. Quatro! A sorte — se é que podemos chamar assim — fez com que sobrevivesse. O preço? Uma lesão medular que o deixou paraplégico.
O fundo do poço e a virada
"No começo foi duro, muito duro mesmo", confessa Edvan, com aquela voz que mistura resignação e força. "Pensei que minha vida tinha acabado ali."
Mas sabe quando a gente acha que não tem mais jeito? Pois é, ele provou que tem. Dois anos depois da tragédia, descobriu o esporte adaptado. E não foi só um gostinho — foi paixão à primeira vista.
Nasce um atleta
Handebol sobre rodas, atletismo, basquete adaptado... O homem experimentou de tudo um pouco. Mas foi no arremesso de peso e no dardo que encontrou seu lugar no mundo. E que lugar!
Hoje, pasmem, ele é considerado uma das maiores promessas do paradesporto cearense. Quem diria, hein? De vítima de bala perdida a atleta de alta performance.
Inspirando uma legião
O mais bonito — além da superação óbvia — é ver como sua história está virando combustível para outros. "Recebo mensagens todo dia", conta, com orgulho visível. "Gente que tá passando por coisa parecida e se inspira na minha luta."
Ele faz questão de enfatizar: "Quero mostrar que a deficiência não é o fim. É só um novo começo, por um caminho diferente".
Olhando para o futuro
E os planos? Não param de crescer. Edvan agora mira competições nacionais e, quem sabe, uma vaga na seleção brasileira. "A vida me deu limões, estou fazendo uma limonada premium", brinca, mostrando que o humor também cura.
Sua rotina? Treinos diários, fisioterapia, e uma dedicação que impressiona até quem está acostumado com atletas de elite. "Quando a gente acha que não aguenta mais, descobre que aguenta", filosofa.
No final das contas, a história de Edvan nos ensina uma lição valiosa: às vezes a gente precisa cair — literalmente — para aprender a voar de outro jeito. E que voo!