Carta com ofensas choca pais de adolescente com deficiência em escola de Batatais
Bullying: aluno com deficiência recebe carta ofensiva em SP

Imagine a cena: um adolescente, cheio daquelas esperanças típicas da idade, abre uma carta que deveria ser algo comum. Só que não era. Longe disso. Lá estavam, escritas à mão, palavras que cortavam como faca. Frases ofensivas, cruéis, destinadas especificamente a ele — um jovem com deficiência.

Isso aconteceu em Batatais, cidade do interior de São Paulo que nunca imaginaria abrigar tamanha falta de empatia. Os pais — ah, os pais — ficaram devastados. Como explicar que alguém seria capaz de tamanha crueldade?

O pior? A carta vinha de um colega de sala. Alguém que ele via todos os dias, compartilhava o mesmo espaço, teoricamente um igual.

O desabafo público que ecoou

Foi nas redes sociais que a família resolveu desabafar. Postaram prints da carta, com trechos que doíam só de ler. "Estamos profundamente tristes e indignados", escreveram. Quem não ficaria?

Eles foram além do desabafo, claro. A delegacia local já tem um boletim de ocorrência registrado. A Secretaria de Educação municipal — pasmem — disse que tomou "providências administrativas cabíveis". Mas que providências seriam essas? A gente fica se perguntando.

Entre a dor e a burocracia

O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente entrou no páreo. Abriram um procedimento para apurar tudo minuciosamente. Enquanto isso, o adolescente e sua família tentam seguir em frente — se é que dá pra usar essa expressão depois de uma ferida dessas.

O caso levantou discussões importantes pela cidade toda. Nas filas do mercado, nas praças, nos grupos de WhatsApp. Até quando casos de bullying vão ser tratados como "coisa de criança"? Onde foi que a gente falhou como sociedade?

Uma vizinha da família, que preferiu não se identificar, resumiu bem: "É de cortar o coração. A gente cria os filhos para serem bons cidadãos, e aí acontece uma coisa dessas".

O que dizem as autoridades

A Secretaria de Educação emitiu uma nota — daquelas bem formais, sabe? — dizendo que "repudia veementemente qualquer tipo de discriminação". Informou também que ofereceu acompanhamento psicológico para a vítima e sua família.

Já a Polícia Civil... bem, essa segue investigando. Não deu muitos detalhes, como sempre. O que sabemos é que o autor é menor de idade, então o caso corre em segredo de justiça.

Enquanto as engrenagens da justiça giram devagar — muito devagar para quem sofre —, a família tenta reconstruir a confiança do adolescente. Porque no fundo, o pior não são as palavras na carta. É a perda da inocência, da crença no próximo.

E você, leitor, já parou para pensar quantos casos assim acontecem e nunca chegam ao conhecimento público? É de dar arrepios.