Atriz do Amapá Brilha em Minissérie Nacional Sobre Tráfico Humano: 'Uma História que Precisa ser Contada'
Atriz amapaense brilha em série sobre tráfico no Pará

Ela saiu das ruas de Macapá diretamente para os holofotes nacionais. Keyane Dias, uma força da natureza com raízes profundas no extremo norte do Brasil, está prestes a viver um daqueles momentos que definem uma carreira — e, quem sabe, mudam consciências.

A minissérie "Rota do Crime: Tráfico de Meninas no Pará", da TV Aparecida, chega com uma missão pesada nas costas: iluminar um dos cantos mais sombrios da realidade brasileira. E Keyane, com seu talento cru e sua história pessoal entrelaçada com a região, é peça fundamental nesse quebra-cabeça dramático.

Mais que uma personagem, uma missão

Não se engane. Isso aqui não é só sobre entretenimento. É daquelas produções que grudam na alma e deixam a gente desconfortável no sofá — como deve ser. Keyane não entra no estúdio apenas para recitar falas. Ela carrega consigo o peso de representar milhares de vozes silenciadas.

"Quando recebi o convite, senti um frio na espinha, confessa a atriz, em um tom mais sério do que o habitual. "Saber que isso acontece aqui do lado, na nossa Amazônia... não dá pra ficar indiferente."

Da infância amapaense para o centro da cena

Quem vê hoje a segurança no set não imagina a jornada. Criada no Amapá, Keyane sempre teve o palco como segundo lar. Teatro escolar, grupos independentes — ela respirou arte desde cedo. Mas sair do Norte para o eixo Rio-São Paulo do audiovisual? Essa é uma viagem que poucos conseguem completar.

Ela fez. E como. Com uma resiliência que impressiona, foi construindo currículo, aparecendo em novelas e séries aqui e ali. Mas esta... esta é diferente. É a oportunidade. Aquela que junta talento, origem e um tema social explosivo.

Uma produção que não tem medo de olhar para o abismo

A TV Aparecida, conhecida por não fugir de temas espinhosos, acerta em cheio mais uma vez. A minissérie mergulha sem rodeios nas rotas de exploração que assolam o estado do Pará, mostrando a cruel mecânica do tráfico de pessoas — um crime que muitas vezes acontece à luz do dia, disfarçado de oportunidade.

E a escolha de Keyane não foi por acaso. Há uma autenticidade nela, um algo a mais que só quem conhece a realidade nortista consegue transmitir. Não é à toa que a diretora de elenco insistiu: "Precisamos de alguém que entenda essa cultura, essa dor."

O elenco ainda conta com nomes como Felipe Cardoso e Carol Badra, formando um time pesado para uma narrativa necessária. A estreia está marcada para o dia 10 de setembro, um domingo, prometendo abalar as estruturas da programação televisiva.

Enquanto isso, Keyane se prepara. Revisa o texto, pensa nas meninas reais por trás da ficção, e se pergunta como o público vai reagir. Uma coisa é certa: Macapá estará torcendo. E o Brasil, esperamos, estará assistindo — e refletindo.